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Pesquisa que apresenta um novo modo de prever o câncer de boca a partir da análise de proteínas, com participação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, venceu o 4º Prêmio de Inovação do Grupo Fleury (PIF). O estudo, coordenado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (interior de São Paulo), teve a colaboração da professora Rosane Minghim e do doutorando Henry Heberle, do ICMC. O trabalho é descrito em texto publicado na revista Nature Communications e obteve o primeiro lugar na categoria Artigo nos júris técnico e popular do PIF, entregue no último dia 21 de novembro em São Paulo.
Os pesquisadores utilizaram técnicas proteômicas (ramo da biotecnologia que analisa proteínas em amostras biológicas) para descobrir um novo tipo de prognóstico do câncer de boca, por meio de exames clínicos e de imagem. “O método apresenta um grande potencial de orientar os profissionais da saúde a superarem as limitações do prognóstico realizado atualmente, assim como permite guiar as estratégias de tratamento personalizadas para pacientes com câncer de boca e, com isso, reduzir recorrências e metástases cervicais do câncer”, explica a primeira autora do trabalho, a pesquisadora Carolina Moretto Carnielli, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio-CNPEM).
Ao contribuir para identificar, quantificar e compreender a relação entre abundância de proteínas, progressão de tumores e tratamentos, a pesquisa conseguiu abrir caminho para aperfeiçoar as decisões de tratamentos relacionados a esse tipo de câncer. Essa decisão é um grande desafio para os profissionais de saúde, levando-se em conta que as respostas aos tratamentos convencionais apresentam uma variação muito grande, pois as taxas de recorrência dos tumores podem variar entre 18% e 76% entre pacientes.
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Diagnóstico
Estudos mostram que, a cada ano, são diagnosticados cerca de 300 mil novos casos da doença em todo o mundo, período em que se registra também uma taxa de mortalidade de 145 mil pacientes. Além da participação do ICMC, o projeto contou, ainda, com a contribuição de pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) e do Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), entre outras instituições nacionais e internacionais.
A pesquisa recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com a coordenadora do projeto, Adriana Paes Leme, pesquisadora do LNBio-CNPEM, estudos futuros pretendem ser desenvolvidos para compreender os mecanismos de ação das proteínas distribuídas pelas diferentes áreas do tumor.
O artigo Combining discovery and targeted proteomics reveals a prognostic signature in oral câncer foi originalmente publicado na revista Nature Communications, em setembro. O PIF surgiu em 2015 para divulgar e reconhecer projetos de pesquisa nacionais inovadores, em especial na área de saúde. A cerimônia de premiação do PIF aconteceu dia 21 de novembro de 2018, em São Paulo. Dividido nas categorias Artigo e Patente, a premiação oferece R$ 5 mil para os escolhidos pelo júri técnico e um troféu para os eleitos pelo júri popular.
Assessoria de Comunicação do ICMC, com informações do CNPEM e do Grupo Fleury
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