Anticorpos gerados pela vacina contra covid podem passar para bebês pela amamentação

De acordo com Patrícia Gama, o leite materno contém uma série de moléculas que vão além dos anticorpos e são importantes para a proteção contra doenças, inclusive a covid-19

 22/04/2021 - Publicado há 3 anos
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A amamentação pode ajudar a prevenir a covid-19 em bebês, além de proteger contra distúrbios gastrointestinais associados à doença

Há ainda muitas dúvidas sobre o impacto da covid-19 na saúde das gestantes, das mães que acabaram de ter seus bebês e também dos recém-nascidos. O próprio Ministério da Saúde, depois de constatar que a variante do vírus pode ser mais agressiva em gestantes, recomendou o adiamento da gravidez.

Mas uma revisão feita por pesquisadoras do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP,  publicada no Physiological Reports, mostrou que a amamentação pode ajudar a prevenir a covid-19 em bebês, além de proteger contra distúrbios gastrointestinais associados à doença. 

A professora Patrícia Gama, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenou essa revisão ao longo do segundo semestre de 2020. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, ela explica que o leite materno contém uma série de moléculas que vão além dos anticorpos e são importantes para a proteção contra uma série de doenças, inclusive a covid-19.

“[As moléculas presentes no leite] fazem com que o bebê possa ter um quadro reduzido de sintomas e de consequências, se for infectado. Ele ainda não tem um sistema imunológico formado e depende, justamente, do leite, para que a mãe forneça a ele todas essas moléculas. Por isso, a amamentação é uma ponte tão importante para se garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado”, destaca. 

Há ainda um quadro de pesquisas mais recentes, focadas na situação das mães vacinadas. Como a professora explica, a vacina permite que os anticorpos, ao passarem por um processo chamado “soroconversão” no corpo das mães, passem ou não para o bebê. Ainda que muito recentes, Patrícia destaca que esses trabalhos “vêm sugerindo que, sim, esses anticorpos derivados da soroconversão da mãe, após a vacina, também passam para o bebê pelo leite”.


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