Além de presos, combate à tuberculose deve priorizar população pobre

Ocorrência é mais disseminada na população em geral quando condições socioeconômicas são ruins, não ficando concentrada só na população encarcerada

 17/09/2018 - Publicado há 6 anos
Estudo premiado indica que a exposição às prisões teria uma importância relativa maior em melhores cenários socioeconômicos, sugerindo uma endemia concentrada da doença nestes contextos. Já em situação de pobreza, estar ou não preso afeta menos o risco de contrair a doença, que é alto – Foto: Agência Brasil

Pesquisa que analisa incidência da tuberculose nas populações encarceradas ganhou o Prêmio Jovem Pesquisador, concedido no  54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop 2018), que aconteceu  no início do mês em Recife (PE). O trabalho é de autoria Daniele Maria Pelissari, orientada pelo professor Fredi Alexander Diaz Quijano, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

A pesquisa de doutorado, que ainda se encontra em andamento, investiga a associação entre a privação da liberdade e o risco desta doença infecciosa, de acordo com os diferentes contextos socioeconômicos. O estudo indica que, em cenários com melhores condições de vida, estar em uma prisão tem importância relativa maior para o risco de contrair a doença, sugerindo uma endemia concentrada. Por outro lado, em cenários de extrema desigualdade, estratégias focadas em mitigar os fatores de risco socioeconômicos na população em geral devem ser priorizadas, já que a doença atinge grupos mais amplos.

Daniele Maria Pelissari – Foto: Arquivo pessoal

Os dados da pesquisa sugerem que “condições de vida precárias na população geral (não encarcerada) podem levar a que seu risco de pegar tuberculose se aproxime ao da população privada de liberdade”. Segundo Daniele Pelissari, esses resultados são de grande relevância para se avaliar e interpretar adequadamente as intervenções focadas nas populações privadas de liberdade, contribuindo na definição de prioridades em saúde pública.

O Prêmio Jovem Pesquisador, do Medtrop, é destinado a cientistas na área de medicina tropical. O primeiro colocado de cada categoria recebe mil reais, sendo conferidas menções honrosas para o segundo e terceiro colocados.

Com informações da Assessoria de Imprensa da FSP

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