O setor de comércio e serviços comemora a chegada da Black Friday (29/11) para aquecer as vendas. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a expectativa é que o número de pedidos de produtos on-line durante esse período seja de 10,7 milhões e gere um faturamento de cerca de R$ 11,63 bilhões, impulsionado pela primeira parcela do 13º. Porém, com todo esse movimento no setor econômico do País, o número de reclamações e golpes na hora de efetuar as compras dos produtos também aumenta. O Procon de São Paulo, por exemplo, recebeu até o momento mais de 1.400 reclamações referentes às compras de Black Friday.
As principais reclamações variam entre problemas na entrega dos produtos, pedidos cancelados após finalização de compras, e casos de maquiagem de desconto. Segundo pesquisa realizada pelo Serasa, oito em cada dez entrevistados já sofreram alguma fraude na Black Friday e 67% dos brasileiros têm medo de cair em algum golpe durante esse período.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) elaborou uma série de recomendações para os consumidores fazerem compras com segurança e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, fez uma cartilha para atuar como um guia para os consumidores com as orientações e direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor.
Reclamações e golpes
O professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, entende que o número de reclamações feitas ao Procon de São Paulo durante o atual período da Black Friday ocorre por uma combinação de fatores. “Em relação às reclamações no Procon, acho que é mais uma combinação de golpes ou tentativas. Têm aumentado muito essa questão de fraudes, golpes em relação aos produtos vendidos pela internet, de atrasos e produtos com defeito.”
Nakabashi faz alguns alertas e dá algumas recomendações para que os consumidores não caiam em golpes. Segundo ele, “em relação aos cuidados, acho que o primeiro ponto é pesquisar, não só no dia da Black Friday, mas principalmente nos dias anteriores ir vendo os preços até para ver se é possível detectar reais descontos, porque tem preços que vão aumentando para depois cair e falar que tem desconto. Então, é importante ter noção do preço do produto, de quanto ele custa no dia a dia, para saber os reais descontos que estão ocorrendo no dia e na semana da Black Friday.”
O professor destaca um perigo maior em compras on-line e alerta os consumidores para que tenham mais atenção nesta modalidade. “Golpes e fraudes acontecem bastante e principalmente on-line. É sempre mais fácil você vender alguma coisa e não entregar quando é on-line. Quando vai comprar, o ideal é que veja o produto em algum lugar antes, para ter certeza do que é, das características, especificações, tamanho, qualidade. E comprar sempre em lojas que são mais confiáveis, que já tem histórico, que tem tradição.”
Nakabashi conclui alertando sobre o que o consumidor deve fazer ao cair em algum golpe e destaca a necessidade de ir ao Procon caso não tenha seu problema resolvido. “E, ao perceber que foi lesado, o consumidor deve conversar com a loja ou com o vendedor se não resolver ir ao Procon e, se for o caso, ir até ao juizado de pequenas causas.”