O estudo Efeitos do Treinamento de Intensidade Moderada sob Hipóxia Cíclica na Aptidão Cardiorrespiratória e Parâmetros Hematológicos em Pessoas Recuperadas da Covid-19: O Estudo AEROBICOVID, acaba de ganhar a edição 2024 do Prêmio T. David Sisk de Saúde Esportiva, concedido ao melhor artigo internacional publicado pela revista Sports Health.
O autor principal do artigo, publicado em 2023, é o pesquisador Carlos Dellavechia de Carvalho, mestre pela Escola de Educação Física e Esporte (EEFERP) e doutorando pela Faculdade de Medicina (FMRP), ambas da USP em Ribeirão Preto. A cerimônia de premiação será durante o encontro anual da Sociedade Americana de Ortopedia para Medicina do Esporte (AOSSM, na sigla em inglês), dia 10 de junho, em Denver, no Colorado, Estados Unidos.
Pesquisa premiada
Coordenado pelo professor Átila Alexandre Trapé da EEFERP, o estudo investigou como a exposição à hipóxia, uma condição com níveis reduzidos de oxigênio, poderia beneficiar a recuperação de pacientes pós-covid-19. Carvalho relata que ao observar outros estudos que começaram a ser publicados no início da covid-19, que indicavam sintomas mais brandos e menor prevalência da doença em regiões de alta altitude, “o grupo hipotetizou que a hipóxia poderia servir como um estímulo adicional em um programa de treinamento físico”.
Carvalho foi o responsável pelas avaliações fisiológicas do projeto, que envolveram 43 participantes com idades entre 30 e 69 anos. Eles foram divididos em três grupos: controle, normóxia (condições normais de oxigênio) e hipóxia.
Após um programa de treinamento físico moderado de oito semanas, os resultados, que deram origem ao artigo premiado, mostraram uma melhora significativa na capacidade cardiorrespiratória dos participantes. “Curiosamente, o grupo submetido a condições de hipóxia apresentou melhorias semelhantes às do grupo de normóxia, apesar de uma provável carga de exercício menor.” Além disso, somente o grupo em hipóxia apresentou mudanças significativas em variáveis hematológicas, como aumento da eritropoietina, o que sugere um estímulo hematológico adicional.
O estudo contou com a colaboração de dois laboratórios da EEFERP e um da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), também da USP, além de parceiros nacionais e internacionais. Carvalho lembra que é a primeira vez que o laboratório da jovem Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto recebe esse tipo de reconhecimento.
O pesquisador destaca a importância dos resultados divulgados, tanto pelo impacto acadêmico, quanto para a comunidade local, que foi diretamente beneficiada com o projeto de pesquisa e com o subsequente projeto de extensão. “O prêmio também é um reconhecimento da pesquisa científica de excelência desenvolvida na USP perante a comunidade internacional.”
Além de Carvalho e Átila, participaram do trabalho o professor Marcelo Papoti e o mestrando Gabriel Peinado Costa, ambos da EEFERP; professor Carlos Arterio Sorgi da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP; Felipe Alves Ribeiro, aluno de doutorado da FMRP; Danilo Rodrigues Bertucci da Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Diana Mota Toro, da FCFRP; Marta Camacho-Cardenosa, da Universidade de Extremadura, Cáceres, Espanha; e Javier Brazo-Sayavera, da Universidade Pablo de Olavide, Sevilla, Espanha.