Em 2024 a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP completou 100 anos e em junho abriu uma cápsula do tempo, com mensagens de 2007.
Para marcar uma nova era e comemorar o centenário, a faculdade promoveu um reencontro de egressos de 1974, professores da época, funcionários e graduandos para uma grande roda de conversa e, para registrar as memórias dessa turma, que se formou na metade do centenário, foi criada uma nova cápsula do tempo que será aberta para a comunidade em 2044, ou seja, daqui a 20 anos.
A nova cápsula conta com mensagens dos ex-alunos, graduandos, funcionários e professores atuais, além de objetos que marcaram as turmas. A turma de 1974 foi marcada por uma boina vermelha com a antiga sigla da faculdade (FOF – Faculdade de Odontologia e Farmácia) acompanhada de uma gravatinha amarela. Já o da turma atual, um potinho de medicamentos; ambos os acessórios foram doados para a cápsula do tempo.
A professora Carolina Patrícia Aires do Departamento de Ciências Biomoleculares da FCFRP diz que a decisão de criar uma nova cápsula do tempo foi para acompanhar de forma lúdica as mudanças ocorridas. “A cápsula será aberta daqui 20 anos e é intrigante imaginar que o calouro que estará na faculdade em 2044 ainda nem nasceu. Como essas mensagens serão percebidas por eles? Quais serão as impressões de abrir uma cápsula com tanta história? Quais seriam as percepções dos alunos, funcionários e professores do futuro? Por isso, a criação de uma nova cápsula do tempo torna-se algo muito significativo, como uma viagem no tempo, dessa que vemos nos filmes.”
Mudanças do tempo
Para a farmacêutica Maria Keiko Ikari, formada em 1974, houve mudanças significativas no prédio da faculdade. “O novo prédio está com laboratórios bem equipados, novos cursos, pós-graduação e teve um grande avanço na área de pesquisa.” Naquela época, o Brasil vivia um período conturbado na área política, mas o principal objetivo era obter o tão almejado diploma, aponta Maria.
O ex-aluno João Carlos Nunes de Oliveira, atualmente professor na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), diz que a FCFRP teve participação ímpar na sua vida profissional e científica. “Na USP fiz minha graduação e pós-graduação, o que contribuiu de maneira excelente para a minha vida profissional.”
O professor relata que naquela época o mundo vivia a Guerra Fria e o Brasil passava pelo período do regime militar. “Houve uma grande evolução, o Brasil deixou de ser um país agrário e deu um salto enorme nas comunicações, permitindo nos colocar em um mundo melhor. Não havia Sistema Único de Saúde (SUS), as pessoas quando ficavam doentes precisavam apresentar a carteira de trabalho, teve sim uma evolução para melhor.”
*Estagiária sob supervisão de Rose Talamone