Zoneamento Ecológico-Econômico pode identificar problemas territoriais e propor soluções

Jurandyr Ross explica que o Zoneamento Ecológico-Econômico é um processo de construção de mapas e de informações que se relacionam basicamente com três aspectos: natureza, sociedade e legislação ambiental

 25/03/2022 - Publicado há 2 anos
Por meio dos zoneamentos é possível reler o solo, geologia, clima, cobertura vegetal, uso e ocupação da terra  – Foto: Cecilia Bastos/USP Imagens
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O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) de São Paulo é um instrumento de planejamento ambiental fundamental para estabelecer diretrizes de ordenamento e gestão do território, além de nortear a produção das políticas públicas ambientais para os municípios. 

Jurandyr Ross – Foto: Léo Ramos Chaves/ Fapesp

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e especialista no tema de ZEE, explica do que se trata esse zoneamento. “O Zoneamento Ecológico-Econômico é um processo de construção de mapas e de informações que se relacionam basicamente com três aspectos: natureza, sociedade e legislação ambiental.” 

Por meio desses zoneamentos, é possível reler o solo, geologia, clima, cobertura vegetal, uso e ocupação da terra. “O que mais tem especificamente que abrange aquele território, unidade de conservação, por exemplo, parques estaduais, parques federais, a área de proteção ambiental e assim por diante”, afirma Ross.

Já em relação à parte econômica, o professor explica que é abordado se a área é dominantemente agrícola, de pecuária ou se é uma faixa de urbanização com industrialização. “Se faz isso justamente para identificar problemas e apresentar soluções”, ressalta.

Como é feito o zoneamento e transformado em lei?

O especialista destaca que uma equipe técnica vai avaliar todos os aspectos econômico-ambientais de determinada região, preparar o zoneamento e encaminhá-lo à Assembleia do respectivo Estado, para que políticas públicas sejam realizadas. Mas ele explica que demora muito para que tais políticas públicas se concretizem, mesmo com a lei sendo aprovada. 

“Primeiro você constrói o produto técnico-científico, que é um instrumento de política pública, […] mas na hora de voltar à Assembleia ou na hora de aplicado, quando a lei está aprovada, demora tanto que o efeito é uma outra história.” Ao falar isso, ele cita o caso de Rondônia e Mato Grosso que, mesmo com o ZEE e a lei aprovada, não conseguiram impedir o avanço do desmatamento. 

Evento do IEA sobre ZEE

O Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo tem a intenção de compreender melhor o Estado e ajudar a identificar vulnerabilidades econômico-ambientais e, assim, buscar soluções e melhorar a gestão territorial. O Instituto de Estudos Avançados irá realizar um evento para tratar do assunto, tão essencial à sociedade. Para saber mais, clique aqui.


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