
Há 65 anos, a parceria entre Escola Politécnica (Poli) da USP e Escola de Engenharia da Marinha proporciona a formação de profissionais na área e o desenvolvimento industrial. O projeto mais recente é o Inspire, ventilador pulmonar para pacientes com covid-19. O convênio de formação técnica e científica foi firmado em 8 de maio de 1956 e deu origem ao primeiro curso de formação de engenheiros navais do Brasil.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o comandante Paulo Rocha, coordenador do Centro de Estudos da Marinha em São Paulo, comenta que a parceria se deu no contexto de demanda crescente por projetos de engenharia na década de 1950. “Isso trouxe grandes benefícios para a sociedade, como, por exemplo, a criação de uma cultura tecnológica que estimulasse a indústria naval na época”, afirma. Bernardo Andrade, professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica (Poli) da USP, completa ao dizer que a área industrial brasileira necessitava da formação de engenheiros, o que só era possível em países estrangeiros. “O estabelecimento desse convênio trouxe para o País a capacitação em Engenharia Naval”, diz. No início, a marinha financiou a vinda de professores de grandes universidades estrangeiras para promover a formação dos professores da Poli.
A parceria permitiu a formação de profissionais em diversas áreas da Engenharia, como a Mecatrônica e a Elétrica. “Isso possibilitou que a formação dos oficiais e do corpo de engenheiros da Marinha fosse realizada aqui na USP e no País”, afirma o comandante Rocha. “A Marinha ajudou a USP a formar a pós-graduação de Engenharia Naval”, acrescenta o professor Andrade. Desta forma, o convênio permite não só desenvolvimento tecnológico, mas também a capacitação de profissionais.
“Vários laboratórios da Escola Politécnica desenvolvem atividades com a Marinha”, ressalta Andrade. O professor cita exemplos como o Tanque de Provas Numérico (TPN), um laboratório de excelência da Universidade, o LabRisco e o Laboratório de Automação e Controle (LAC). “A pesquisa no Brasil sofre muito com a falta de continuidade e de recursos e a marinha sempre é um apoiador importante que garante e apoia a perenidade das atividades desses laboratórios na Poli”, afirma.
A parceria envolve projetos como os navios oceanográficos, de apoio logístico e escola, a produção de submarinos, geradores de energia e exploração sustentável dos recursos do mar. A Marinha também é uma das principais parceiras da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), destinada a jovens do ensino médio para promover a mentalidade científica.
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