Vaginismo, distúrbio que causa desconforto, mas que tem cura

Elsa Gay explica que essa patologia, que se apresenta no grupo das disfunções sexuais e é responsável por 10% destas, muitas vezes tem causas emocionais

 22/05/2023 - Publicado há 10 meses
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O vaginismo pode ser classificado de primário, quando se apresenta desde a iniciação sexual, ou adquirido, quando é associado a algum episódio – Foto: Freepik

Desde 2013, a Sociedade de Psiquiatria considera uma nova classificação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DCM5, no qual foram incluídas: disfunção de interesse e excitação, disfunção de orgasmo e disfunção de dor, em que se destaca a dispareunia, também conhecida como vaginismo. Essa é uma patologia que se apresenta no grupo das disfunções sexuais, sendo responsável por 10% dos casos.  

Elsa Gay – Foto: FMUSP

Elsa Gay, chefe do setor de Sexualidade Humana na Clínica de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que “o vaginismo é a dificuldade de pacientes que têm dor durante a relação sexual ou na tentativa de penetração. Esse medo ou dor muitas vezes se associa a problemas emocionais”. Durante o exame, o que se busca é verificar uma elevada tensão dos músculos do assoalho pélvico durante a tentativa de penetração. 

Tipos

O vaginismo pode ser classificado de primário, quando se apresenta desde a iniciação sexual, ou adquirido, quando é associado a algum episódio como pós-parto, endometriose ou patologia que causou um trauma ou desconforto na função sexual. O diagnóstico busca afastar causas orgânicas. Assim, durante o exame se procura identificar essa tensão da musculatura em quaisquer situações que necessitem de penetração vaginal. Isto ocasiona muita dor, desconforto e sofrimento. 

Diversos questionamentos são levantados pelos ginecologistas na busca de uma resposta à doença, que pode ter diferentes fatores, como falta de informação ao começar a vida sexual, um abuso físico ou sexual na infância ou adolescência, abandono, algum problema religioso ou outras fobias. Na busca por um tratamento, o primeiro ponto é mostrar que o vaginismo tem cura e, muitas vezes, tratar o problema emocional e físico pode levar um tempo.


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