A chegada da pandemia da covid-19 no Brasil, juntamente com as medidas de restrição de circulação, fez a demanda por transporte público cair. Dados da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos mostram que, em fevereiro deste ano, o número de passageiros nos ônibus estava em média 41% menor do que antes da pandemia. Em março de 2020, essa queda chegou a 80%. Mas, apesar de todas as restrições, há pessoas que precisam continuar se deslocando e fazendo uso do transporte.
O professor Mauro Zilbovicius, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, participou de uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, sobre transporte e pandemia e falou em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, destacando que a redução de passageiros provoca, também, queda significativa na receita das empresas. “Praticamente quase todos os municípios do Brasil têm transporte público, e a enorme maioria deles é remunerada, exclusivamente, pela tarifa paga pelo passageiro.”
Zilbovicius destaca que, durante a pandemia, os ônibus parados e linhas não operadas ou com baixa frequência provocaram aglomeração, mesmo sendo o número de passageiros bem menor. “O Estado gasta menos com o serviço, economiza para os ônibus, mas pagará mais na saúde, porque terá mais pessoas doentes. Então, não vale a pena. Quem planeja, pensou, simplesmente, assim: menos passageiros, menos ônibus, ou menos trens”, o que, segundo ele, é um grande problema, principalmente na terceira onda da covid-19 que se aproxima.
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