Técnicas chinesas aliviam sintomas em tratamento integrado

Esse conhecimento, de mais de três mil anos e proveniente da observação, pode ser a solução de casos crônicos

 27/03/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 02/04/2019 as 13:02
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Foto: JohnCalnan/Visualhunt – CC BY-NC-SA

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) aborda o indivíduo de uma forma mais global, preventiva ou terapeuticamente, por meio da Dieta, Exercícios Físicos, Meditação, Acupuntura e Fitoterápicos. No Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, é oferecido tratamento, de maneira integrada à Medicina Moderna, principalmente para pacientes de doenças crônicas.

Antes de qualquer coisa, são realizadas a anamnese (averiguação do histórico do paciente, por exames anteriores ou entrevista) e a propedêutica (técnicas básicas utilizadas por um médico buscando um diagnóstico). “Só depois da confirmação do quadro, se não há algo grave, como metástase, câncer, problemas nos rins, se propõe o tratamento integrado”, diz o acupunturista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, André Tsai, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

Casos de dores crônicas, como fibromialgia, ou enfermidades persistentes, podem ser enfrentados com auxílio de acupuntura, fisioterapia e até mesmo o consumo de certas ervas, explica Tsai. Como os sintomas aparecem frequentemente, as irritações no estômago e complicações renais, provenientes do uso de fármacos, desestimulam os pacientes. A terapêutica alternativa, além de evitar essas consequências, mostram resultados clínicos.

O Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HC) oferece a MTC aos interessados. As consultas são feitas no próprio HC e na Intercom, em Pinheiros. Os pacientes da unidade podem buscar internamente o tratamento, os pacientes de UBS e UPAS são transferidos por meio de um sistema cruzado. Agendamentos e explicações neste site.

As Técnicas Orientais foram desenvolvidos por medicina empírica. A observação dos sintomas do paciente e do ambiente, no qual ele se abrigava, resultou em medidas práticas efetivas. Esse conhecimento foi acumulado e catalogado ao longo de três milênios. Para a dor, notaram-se alguns pontos de maior sensibilidade. Perceberam que, ao pressionar esses meridianos, havia um alívio da algia. “Uma metáfora que explica bem é a do encanamento. A pressão desentope o fluxo, permitindo uma circulação normal de energia (chi)”, esclarece o médico. “O chi, ainda que pareça, não tem nada de místico, é tão fisiológico quanto possível, faz parte do funcionamento do organismo”, completa.

O avanço tecnológico, todavia, é parte importante da aplicação dessa medicina. O diagnóstico preciso é o primeiro suporte. As próprias agulhas são de material flexível e de ponta romboide, evitando-se, assim, as dilacerações de tecido. Antigamente, eram usados os dedos (digitopressão), pedras e até mesmo lasca de bambu. De qualquer maneira, “a técnica apurada do médico continua a ser a melhor garantia de eficiência”, finaliza Tsai.

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