Somente isolamento e tratamento podem combater vulnerabilidade de cardiopatas

Roberto Kalil Filho orienta portadores de cardiopatias a aderirem ao isolamento e a não deixarem de lado o tratamento da moléstia preexistente

 28/04/2020 - Publicado há 4 anos
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Cardiopatias são as enfermidades mais verificadas entre os óbitos por coronavírus: 59%, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, o professor Roberto Kalil Filho, presidente do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), comenta a estatística e deixa recomendações para portadores de moléstias cardíacas.

Apesar de o dado ser de fato assustador, ele não chega a ser surpreendente, visto que “cardiopatas têm um risco maior, não só no coronavírus, como em qualquer infecção. Qualquer infecção viral pode causar inflamação nas artérias e desencadear um caso súbito de infarto”, aponta Kalil Filho.

Devido à predisposição, não só pacientes portadores de doenças cardiovasculares, mas também hipertensos e diabéticos, devem redobrar os cuidados neste momento. O professor retoma os principais indicativos de covid-19 e a importância de as pessoas, parte destes grupos de risco, procurarem assistência médica caso sejam diagnosticados: “Falta de ar, tosse com expectoração ou não, mudança do paladar, sintomas próprios de uma virose. Quando os sintomas ficam mais intensos, tem que procurar um posto, ligar para seu médico”.

Baseada em números oficiais, a taxa de mortalidade por covid-19 é de aproximadamente 6%. Todavia, Kalil Filho relembra a comprovada subnotificação existente no Brasil e pontua que a maior parte dos infectados pelo coronavírus, independentemente de doenças preexistentes, se recuperam da moléstia: “Os pacientes que acompanho vêm se recuperando, agora, os mais graves, são internações mais prolongadas. O problema do coronavírus é que o paciente que é entubado em UTI fica muito tempo internado, o que obviamente diminui o número de leitos disponíveis”.

Apesar do índice de sucesso no tratamento, diabéticos, hipertensos e portadores de cardiopatias devem seguir as recomendações médicas à risca, a fim de evitar qualquer tipo de complicação. Como aponta o professor Kalil Filho, são dois fatores importantes para a prevenção dentro desses grupos: “O isolamento e não deixar de cuidar da doença preexistente”.

Ouça a íntegra da entrevista no link acima.


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