Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o alto número de demissões no País, os profissionais estão sentindo cobranças diárias por melhores resultados. A pressão, somada ao cansaço e até mesmo às más lideranças, está tornando o ambiente de trabalho cada vez mais prejudicial para a saúde.
Esse cenário é o ideal para o aparecimento da síndrome de burnout, que no Brasil atinge cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). O problema, que também é conhecido como síndrome do esgotamento profissional, tem sintomas parecidos com os da ansiedade e da depressão, como esgotamento de energia e distanciamento de amigos e familiares.
A síndrome de burnout vem ganhando cada vez mais espaço, tanto na área da saúde, por meio de pesquisas, quanto na mídia, ao ser tema de várias reportagens. No entanto, existem detalhes que precisam estar claros para que a síndrome não seja confundida com outros problemas de saúde.
De acordo com Marina Greghi Sticca, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto, “cansaço extremo, sensação de desânimo, tensão emocional, estresse e o próprio cinismo são alguns dos sintomas característicos dessa síndrome, que é um fenômeno causado pelo ambiente de trabalho, quando a pessoa não consegue lidar com a exposição a situações estressantes”.
A professora comenta a decisão da OMS, que determinou, no final de 2018, que a síndrome de burnout passará a integrar a sua lista de doenças em janeiro de 2022. “Essa nova classificação mostra o reconhecimento da síndrome como um fenômeno ocupacional, facilitando o diagnóstico e permitindo que as pessoas possam ser afastadas do trabalho.”