Rede de apoio a pessoas com Parkinson promove ações na pandemia

Maria Elisa Piemonte explica que a Rede Amparo tem feito lives com exercícios, em contribuição à campanha “Fique em casa, mas não fique parado”

 09/06/2020 - Publicado há 4 anos
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A Rede de Apoio NeuroMat a Amigos e Pessoas com Doença de Parkinson (Amparo) tem feito uma série de ações neste momento de pandemia. Ao reunir pessoas com Parkinson, seus familiares e profissionais de saúde, a Rede tem como finalidade auxiliar na construção de uma melhor qualidade de vida aos pacientes com a doença. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com Maria Elisa Pimentel Piemonte, professora do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina (FM) da USP.

Anualmente a Rede Amparo realiza uma campanha em abril para a conscientização da doença. Devido à pandemia, neste ano foi necessária uma adaptação, com o lançamento da campanha “Pessoa com Parkinson que se protege: Fique em casa, mas não fique parado”. Maria Elisa explica que a redução da atividade física é um problema de toda a população, sendo algumas populações mais vulneráveis, entre elas, as pessoas com Parkinson. “Temos que lembrar que, além do tratamento medicamentoso, boa parte dessas pessoas estão com tratamentos vinculados a atividades que envolvem movimento.”

Diversos tratamentos paralelos tiveram uma interrupção brusca, devido ao isolamento social, deixando a população que tem Parkinson ainda mais vulnerável ao estresse. Por isso, alguns estudos buscaram entender os impactos da covid-19 nas pessoas já diagnosticadas com Parkinson, principalmente na Itália. Segundo Maria Elisa, esses estudos se mostraram contraditórios, com um primeiro mostrando taxa de mortalidade muito alta e um segundo não relacionando diretamente esse mesmo dado a um índice assustador.

No Brasil, há uma pesquisa que envolve ao menos duas cidades em cada região do País. Ao todo, são 14 cidades e cerca de 500 entrevistas coletadas até agora via telefone, que investigam diversos aspectos. “Estamos na fase de análise de dados, mas o estudo já mostra de uma forma importante que essa população está sendo bastante afetada, não só do ponto de vista emocional, mas também socioeconômico, revela a professora.

A campanha, lançada em abril, se estendeu e toda semana há sorteio para envio de material impresso para quem participa da Rede. Para facilitar o acesso, todo material está disponibilizado gratuitamente na internet e há forte engajamento nas redes sociais, inclusive com lives de segunda a sexta-feira, às 16 horas, no Facebook da Rede e no perfil do Instagram.

“Essa população tem sofrido com cancelamento de consultas médicas. No estudo, estamos aprendendo quais são as demandas [das pessoas com Parkinson] e os pontos críticos, para que estejamos preparados e responder a eles”, destaca Maria Elisa. Ela faz um apelo para as pessoas com Parkinson procurarem a Rede Amparo. Para saber mais como fazer isso, acesse o site clicando aqui.

Ouça a entrevista completa no player acima.


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