Na coluna desta semana, o cientista político André Singer atém-se aos aspectos políticos da condenação, pela Justiça, do ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB). Singer nota o início de uma movimentação em torno de dirigentes do PSDB – partido do qual o político mineiro é uma figura destacada – e acredita que isso deva acontecer cada vez mais. “Caso o PSDB não seja atingido por medidas como as que atingiram o PT e o PMDB, vai ficando nítido que o PSDB está sendo poupado nesse processo”, muito embora esse caso específico não tenha ligação direta com a Lava Jato – na verdade, é anterior a ela.
Para o colunista, se a tendência se confirmar – “no momento são apenas indícios” -, o sistema partidário brasileiro, construído na redemocratização, corre o risco de ser dilapidado. “O que virá no lugar disso é o que a gente não sabe. Na verdade, o que se consegue prever, por enquanto – na confirmação dessas tendências -, é que aumenta um certo vazio de representação.” Em todo esse processo, acredita ele, é preciso cuidado para que não haja ameaças à democracia.