A radioterapia por próton é um método clínico usado há pouco mais de uma década. Diferente do tratamento mais utilizado nos hospitais, feito por fótons, ela atua especificamente no tumor sem afetar os tecidos normais ao redor. Não há evidências científicas de que essa prática seja mais eficaz do que a convencional.
O professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, Vicente Odone, afirma que doses elevadas de radiação possuem 10% de chances do paciente com câncer contrair novos tumores “radioinduzidos”. Apesar de o porcentual ser pequeno, ele afirma que é muito superior ao da população em geral. Assim, a aplicação por prótons impede esse risco ao preservar áreas saudáveis do corpo.
Odone atesta que esse tipo de tratamento se destaca no combate ao câncer infantil. Crianças podem enfrentar um segundo tumor quando ficam mais velhas, em decorrência da radiação que receberam quando eram jovens. Dessa forma, o uso de prótons impede que essa complicação se manifeste no futuro.
O procedimento tem custos elevados e só é usado em larga escala nos EUA. No mês passado, um aparelho radioterapêutico da empresa americana Varian Medical Systems, com o recurso, foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Foi o primeiro aval dado pelo órgão para o uso desse tratamento no Brasil.
O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular.
Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.