Ouça a entrevista da professora Marília Fiorillo para o repórter Fabio Rubira da Rádio USP.
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Em meio à maior catástrofe humanitária desde a Segunda Guerra Mundial, a população Síria se vê vítima de uma “guerra por procuração”, onde os múltiplos interesses provocam o que a professora Marília Fiorillo da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP chama de “genocídio”.
O conflito, de proporções devastadoras, iniciou-se com a violenta repressão do governo Assad às manifestações que pediam por mais democracia. Segunda a docente, a partir daí, com a ascensão do Exército Sírio de Libertação e outros grupos oposicionistas que decidiram pegar em armas para defender-se, criou-se um vácuo de poder no país, onde o autointitulado Estado Islâmico prosperou.
Com os ataques do Daesh a países europeus, as potências ocidentais passaram a ter uma justificativa para intervir na região. Para além do combate ao grupo terrorista, porém, os interesses geopolíticos passaram a entrar em cena. De um lado, os Estados Unidos fornecendo apoio aos grupos rebeldes para derrubar o governo Assad. Por outro lado, a Rússia dando maciça sustentação ao regime sírio, em uma tentativa de trazer o país do Oriente Médio para dentro de sua órbita.
Em meio ao terrorismo do Daesh e aos interesses geopolíticos das grandes potências, a população síria luta para sobreviver à carnificina provocada pelo governo de Bashar al-Assad.