Plataforma PIX é um avanço que necessita de configurações de segurança

Marcelo Moraes afirma que verificações serão necessárias para evitar lavagem de dinheiro ou transferência de recursos que tenham origem ilícita

 07/10/2020 - Publicado há 4 anos
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O Banco Central desenvolveu um novo sistema de pagamentos instantâneos, chamado PIX, que estará disponível à população para uso a partir de novembro. Essa nova plataforma vai unir o sistema de pagamentos das instituições financeiras brasileiras, além de congregar aplicativos que possibilitam o envio e o recebimento de recursos financeiros. 

Marcelo Botelho Moraes, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, conta que o PIX, anunciado em fevereiro deste ano, vem sendo desenvolvido há bastante tempo e deve facilitar pagamentos para os usuários finais, por meio do uso de QR code, uma evolução dos códigos de barra. 

“Você pode ler o QR code da empresa ou do vendedor e automaticamente pode dar a ordem de pagamento, de transferência de uma determinada quantia de dinheiro; o aplicativo confirma e instantaneamente esses recursos são transferidos. Isso poderá ser feito a qualquer hora do dia, em qualquer dia da semana”, explica Moraes. Para ele, é interessante o pagamento para empresas, mas também a transferência de recursos entre pessoas físicas, o que poderá ser feito de forma mais simples. 

A plataforma PIX sempre vai estar vinculada a algum aplicativo, não necessariamente ao de bancos: pode estar associado a uma plataforma de comunicação, como o WhatsApp, ou a outros apps de pagamento, como o PayPal. Por isso, é preciso passar por algumas verificações, a fim de garantir segurança e origem de recursos, e até mesmo evitar lavagem de dinheiro ou transferência de recursos que tenham origem ilícita. 

A facilidade de pagamentos proporcionada pelo PIX pode influenciar inclusive no custo das transações, que tendem a diminuir. Além disso, o professor comenta que, a curto e a longo prazo, o PIX pode eliminar certas formas de pagamentos mais comuns hoje, como TED e DOC, e até mesmo os boletos. “Pode-se, ainda, fazer um agendamento para uma transferência futura. A médio e a longo prazo até mesmo a redução ou eliminação das figuras do cartão, já que o de débito tem uma transferência no momento exato da compra e o de crédito pode estar vinculado a uma transferência programada”, aponta. 

As transações no mercado de cartões de débito ou crédito variam de 2% a até 7% do valor da operação. “A expectativa é que o custo da operação fique em torno de 0,5% do valor em que foi realizada a transação. Isso é bom para a economia e gera uma facilidade para empresas e, principalmente, o microempreendedor”, finaliza Moraes. 

Ouça a íntegra da reportagem no player. 


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