A democracia só é realmente efetiva quando existe a participação popular em todos os processos políticos. Com o objetivo de facilitar o acesso à informação, nasceu o Sigalei, plataforma que, através do uso da Inteligência Artificial (IA), monitora os processos do Poder Legislativo. O Jornal da USP no Ar conversou com o idealizador da ferramenta, Danilo Oliveira, mestre em Ciências de Computação pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, para entender o funcionamento da plataforma.
O Sigalei surgiu em 2015, na forma de aplicativo para smartphones. A ideia inicial era desenvolver mecanismos para potencializar o engajamento do cidadão comum nos processos de decisão pública, expõe Danilo Oliveira. No entanto, o aplicativo passou a ser utilizado, sobretudo, por grupos organizados. Observando esse fenômeno, o Sigalei passou por reestruturações para atender à demanda desses grupos. Hoje, a marca é uma startup que opera no formato de plataforma on-line.
Além do Congresso Nacional, 16 Assembleias Legislativas Estaduais e a Câmara Municipal de São Paulo integram o sistema de monitoramento. Com uma única busca, sobre educação, por exemplo, é possível mapear todos os projetos de lei que estão transitando sobre a temática. Também são apresentados todos os dados sobre o projeto; origem, histórico de tramitações, documentos anexos, etc. A Inteligência Artificial realiza ainda o cruzamento dessas informações e apresenta um indicativo sobre a possibilidade de aprovação da lei.
O fundador da plataforma ressalta o impacto que a decisão pública tem na vida das pessoas. “Querendo ou não, a política é um meio para um fim. É na política onde se instrumentaliza e se decide para onde vai a sociedade.” Segundo Danilo Oliveira, a partir do momento em que se começa a lutar por uma causa, nasce a necessidade da organização em grupo. O Sigalei atua, justamente, fornecendo informações para que esses grupos ampliem seu poder de intervenção.
