Pesquisador da USP não vê vantagens no voto distrital

“O voto distrital, onde existe, causa uma porção de partidos sem voz no Congresso”, afirma o cientista social Edson Nunes

 21/08/2017 - Publicado há 7 anos
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No último dia 16, a Câmara dos Deputados iniciou a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional que, se for aprovada, implementa o voto distrital para as eleições de 2018 e 2020, alterando a forma de eleger vereadores e deputados federais e estaduais. Sob a alegação do risco de não haver deputados suficientes para aprovar a medida, a sessão foi encerrada e adiada para esta terça-feira (22).

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O cientista social Edson Nunes, pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP (NUPPs), não vê vantagem nenhuma na adoção do voto distrital. “O voto distrital é um voto majoritário, portanto é um voto que limita as opiniões”, diz. De acordo com ele, “é um erro essa premissa de que o voto distrital aproxima o eleitor do eleito”.

Para Nunes, é preciso quebrar certa superstição, que prega que a alteração das regras do sistema político muda, de alguma forma, a realidade. “O problema no Brasil sempre foi a estabilidade das regras, que as pessoas aprendam a jogar com as regras que têm.”

Ouça no link acima a íntegra da entrevista.


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