O tema desta coluna do professor Ricardo Alexino Ferreira é o “politicamente correto”, conceito dos mais comentados na contemporaneidade, embora muito execrado por grupos conservadores. O colunista se propõe a rastrear o termo, marcado, desde o seu início, pelas mais diferentes críticas, apesar dos apoios recebidos nos agendamentos das diversidades.
Alguns estudiosos consideram que o “politicamente correto” foi pensado nos anos 1960, outros alegam que surge das reflexões críticas desenvolvidas pela Escola de Frankfurt, na Alemanha dos anos 1940. De todo modo, segundo Alexino Ferreira, o conceito ganha visibilidade nos Estados Unidos, na década de 1960, quando segmentos com pouca voz social (negros, mulheres, latino-americanos e outros) começam a reivindicar a representação de suas imagens na educação, nos livros didáticos, no jornalismo, em filmes etc.
O colunista explica que o conceito faz uma análise reflexiva sobre o uso da língua e a construção de imagens e estereótipos que ela pode proporcionar. Seja como for, nos anos 1980 o conceito é redimensionado e é questionada a ausência de grupos de diversidades na mídia, na política ou nas corporações. No Brasil, ele é mal interpretado, pois, segundo o professor Alexino, aqui os direitos dos segmentos das diversidades são vistos como relativizados, além de existir a percepção de que o termo representa uma censura aos meios de comunicação.
Alexino Ferreira considera, por fim, que o “politicamente correto” seria a essência da cidadania, uma vez que exige que toda pessoa seja vista como sujeito e não como objeto.