Pandemia de covid-19 impulsiona crise política no Paraguai

Rafael Villa diz que o Paraguai é um dos países mais pobres da América Latina e enfrenta problemas não só no combate à pandemia como também se vê às voltas com uma crise política

 16/04/2021 - Publicado há 3 anos
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Os paraguaios ignoraram o isolamento social e foram às ruas pedir a renúncia do presidente Mario Abdo Benítez – Foto: Ministerio de Hacienda via Wikimedia Commons/Flickr/Domínio público

 

Para entender o que está acontecendo no Paraguai, é preciso diferenciar duas frentes de conflito do governo, que avançam em paralelo. A crise sanitária que o presidente Mario Abdo Benítez insiste em negar — hospitais com UTIs lotadas, escassez de medicamentos para pacientes internados com covid-19,  além da baixa taxa de vacinação da população — é profundamente delicada. E o drama da pandemia minimizado pelo presidente acabou se tornando a desculpa perfeita para que seus opositores, dentro e fora do Partido Colorado, voltem à carga com um pedido de impeachment.

Com esse quadro, os paraguaios ignoraram o isolamento social e foram às ruas pedir a renúncia do presidente Mario Abdo Benítez.  Os protestos contrários  começaram depois de um aumento expressivo no número de casos da covid-19 no país, com a chegada da segunda onda da doença.

O Paraguai possui 7 milhões de habitantes e sua maioria é basicamente formada por jovens, são cerca de 27% de seus habitantes, além disso 38% da população ainda vive na zona rural, por isso a covid-19 não teve um grande impacto na primeira onda do vírus.

O professor Rafael Villa, do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri-USP) e de Ciências Políticas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, explica que a recente crise que o país está vivendo está relacionada com a má gestão da pandemia, já que Benítez é negacionista. Mesmo assim, o professor da USP “não acredita em um pedido de impeachment, visto que ele possui maioria no Congresso, por isso a chance de ele cumprir seu mandato até o final (2023) é grande”, conclui.


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