O setor de turismo no Brasil e no mundo foi completamente impactado com as restrições de viagens nacionais e internacionais para o combate da pandemia. A passos lentos, o setor busca a retomada, que também impactou os trabalhadores que dependem direta e indiretamente da atividade. Em julho, o governo brasileiro reabriu sua fronteira aérea e as companhias que atuam no País estão aumentando consideravelmente suas frequências de voos, mesmo que os números da pandemia ainda permaneçam altos.
“O setor foi duramente atingido. Mas os desdobramentos desses processos são sentidos de uma forma diversa, em diferentes nações. Quando olhamos para o Brasil, os lugares que mais sentem esses efeitos também são distintos”, analisa Rita de Cássia Ariza da Cruz, professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e coordenadora do Laboratório de Estudos Regionais em Geografia da FFLCH.
Segundo Rita de Cássia, o setor foi reduzido em cerca de 5% a 10% do fluxo de pessoas e capitais. Para ela, fatores como a sociedade, o empresariado do setor e um certo discurso político que “mostra certa normalidade no País” levam à pressão para a retomada acelerada, por exemplo, da circulação aérea, com aumento da quantidade de voos nos aeroportos brasileiros.
Desemprego, perda de poder aquisitivo das classes médias, alta do dólar e medo de viajar longas distâncias são alguns dos fatores que contribuirão para o turismo regional, que não demanda necessariamente deslocamentos entre estados.”O turismo doméstico vai ser fortalecido [no Brasil] e não só aqui”, revela a professora, que coordena a pesquisa internacional Turismo em tempos de pandemia: uma análise multi e trans escalar envolvendo Brasil, Portugal, França, Argentina e Moçambique.
Ouça a matéria completa no player acima.