Os primeiros sete meses de governo trouxeram uma avalanche de medidas que fizeram muita gente ficar preocupada com o andamento das políticas públicas existentes em algumas áreas. Seis ex-ministros da Saúde, por exemplo, se mobilizaram para produzir um documento que aponta alguns riscos para a área.
O documento SUS, Saúde e Democracia: Desafios para o Brasil foi entregue ao presidente do Conselho Nacional de Saúde, no início do mês, durante a décima sexta Conferência Nacional de Saúde. Entre outras questões, o documento diz que há fragilização do Sistema Único de Saúde (SUS) e que essa fragilização se soma ao ataque a várias políticas públicas fundamentais no processo saúde-doença.

O professor José Sebastião dos Santos, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, é especialista em Saúde Pública e analisou o documento. Santos foi secretário municipal de Saúde de Ribeirão Preto e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Ministério da Saúde.
No documento, assinado pelos ex-ministros da Saúde Humberto Costa, José Saraiva Felipe, José Gomes Temporão, José Agenor Alvarez da Silva, Alexandre Padilha e Arthur Chioro, o professor destacou a percepção de que os riscos para a saúde pública vêm de fora da própria pasta, o Ministério da Saúde. Para ele o SUS está bastante consolidado e ressaltou, por exemplo, que as medidas de ajuste do programa Mais Médicos, anunciadas pelo governo, estão corretas, e que temas polêmicos, como liberação de armas e aumento de agrotóxicos, se tornam ameaças à saúde pública.
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