As maiores fontes de energia atualmente são derivadas do petróleo e do gás natural. Mas uma opção para isso seria o oceano, que oferece outras oportunidades de geração de energia. Essa fonte pode ajudar na transição para energias limpas, reduzindo, assim, a dependência de combustíveis fósseis.
O professor Célio Bermann, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, explicou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição sobre os principais modos de se obter energia do oceano. A mais presente e com maior quantidade de projetos é a energia eólica do mar (offshore), que é “o aproveitamento da energia dos ventos na superfície marítima”, com torres eólicas próximas da costa.
Para Bermann, existe uma possibilidade de quadruplicar a capacidade instalada dessa energia. Apesar disso, diversos projetos ainda estão parados devido à burocracia e licenciamento ambiental. Ele prossegue, explicando que isso acontece pois alguns projetos não estão levando em consideração o uso múltiplo dos mares. “Isto é, se onde vai construir uma torre eólica é também o lugar de pescaria, de passagem de navios e embarcações, um lugar em que a ictiofauna, a biota, está presente e precisa ser preservada”, ressalta.
Outras formas e custos
Há também como gerar energia por meio do aproveitamento das correntes de energia térmica do oceano e energia dos gradientes de salinidade ou osmótica. Na energia que provém da altura das marés se constrói “uma barragem que aproveita a água para passar em turbinas, como nas usinas hidrelétricas”, afirma o especialista. Já a energia das ondas “possibilita que o seu movimento seja utilizado como energia mecânica para movimentar estruturas que geram energia elétrica”.
O professor destaca que muitas dessas tecnologias ainda estão em desenvolvimento e que “a questão da escala é fundamental para a definição do custo de geração”. Para ele, a energia eólica marítima tem se demonstrado viável do ponto de vista econômico-financeiro. “Mas o que é necessário é observarmos — e eu penso que esse é o ponto mais importante — a necessidade de investimentos para promover a ciência, a tecnologia e inovação no mundo inteiro”, para tornar possível o que o mar pode oferecer para geração de energia elétrica.
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