Novo “Atlas do Brasil” traz síntese sobre dinâmicas espaciais

Pesquisa contou com dados tradicionais, como do IBGE, mas também ousou, com venda de jogadores brasileiros

 04/09/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 14/09/2018 as 16:33

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A terceira edição do Atlas do Brasil: Disparidades e Dinâmicas do Território foi lançada recentemente pela editora Edusp. As duas primeiras edições do Atlas são de 2005 e 2008 e a edição mais recente cria uma proposta de síntese sobre as diferentes dinâmicas espaciais do Brasil, marcadas pelas disparidades naturais e sociais do País. A professora Neli Aparecida de Mello-Théry, coordenadora do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Territorialidades e Sociedade do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, é coautora do Atlas, junto com o geógrafo Hervé Théry, e conversou conosco para explicar sobre esse novo Atlas do Brasil.

Neli explica que, apesar da já comum confusão, existem diferenças entre mapa e atlas, e como ela caracteriza o seu próprio. “Atlas pode ser também mapa, mas veja: normalmente, o conceito de atlas é uma coleção de mapas. No nosso caso, ele é muito ‘falador’, ele vai além dos mapas que a gente analisa, ele se aproxima muito mais de um ensaio; nele, nós mapeamos os dados existentes, verificamos o que acontece no território e sua distribuição – e essa distribuição, concentração ou não, muitas vezes aparece no que nós chamamos de disparidades e desigualdades.”

A pesquisadora conta que usou a cartografia (estudo das representações gráficas, artísticas e/ou científicas, da superfície terrestre) como ferramenta de pesquisa, e que a primeira edição, publicada pela Edusp em 2005, mas produzida em 2003, traz uma visão do Brasil antes da troca de governos em 2002. Ela diz que foram utilizados diversos parâmetros não convencionais, na tentativa de analisar outros contextos e cenários do País que os parâmetros tradicionais não eram capazes de abordar. “A grande maioria dos dados é do censo demográfico, porque são mais de 100 indicadores que nós usamos. Então, há muito indicadores convencionais, como demografia e atividades econômicas, mas também usamos variadas fontes e indicadores não convencionais, como a classificação mundial das universidades e a venda de jogadores brasileiros e por onde eles estão; fizemos várias sínteses para indicar a situação social e de qualidade de vida da população brasileira.”

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.


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