Teatro como expressão da memória negra

No programa “Diversidade em Ciência” desta semana, o professor Ricardo Alexino Ferreira conversa com Cyda Baú e Gabriela Rabelo

 02/10/2019 - Publicado há 5 anos
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No Diversidade em Ciência, Ricardo Alexino Ferreira entrevista a atriz e pesquisadora Cyda Baú e Gabriela Rabelo, que é dramaturga, diretora, atriz, educadora e doutora em Teoria e História do Teatro pela ECA-USP. Elas irão falar sobre o teatro como expressão da memória negra.

Para abordar essa temática, elas irão falar sobre a peça Os rastros das Marias, monólogo interpretado por Cyda Baú com dramaturgia e direção de Gabriela Rabelo. A peça é baseada na biografia de Cyda, que nasceu no Quilombo do Baú, no Vale do Jequitinhonha mineiro e, a partir de inquietações existenciais, foi morar em Diamantina, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Alemanha e São Paulo, perfazendo a jornada da heroína.

De empregada doméstica, Cyda Baú se tornou, com muito estudo e desafios, atriz reconhecida. Também estudou Artes Cênicas, na Escola de Teatro Martins Pena, no Rio; Letras, na Universidade Anhembi-Morumbi; e Alemão, no Instituto Goethe, em São Paulo e Berlim. Para ela, a sua vida, que segue os rastros de mulheres negras históricas, é um ato de resistência no enfrentamento de uma sociedade racista.

O trabalho de Cyda mais conhecido pelo grande público foi a sua atuação na telenovela do SBT Esmeralda, em que interpretava a personagem Jacinta, ao lado do ator Antonio Petrim e das atrizes Emanuelita Lustosa, Lucinha Lins, entre outros.

Ela atuou ainda na telenovela Carrossel, também do SBT; O quinto dos infernos, minissérie da TV Globo; e na série Unidade básica, do Universal Channel (Universal Networks International), canal internacional especializado em minisséries.

Atuou também no cinema, tendo feito mais de quatro filmes, dentre eles o filme alemão Der Kleine Ben, de Piotr Reimer. No teatro atuou em mais de sete peças e leituras dramáticas.

Gabriela Rabelo, que dirige Os rastros das Marias, é dramaturga, diretora, atriz e educadora, sendo a primeira mulher a receber o Prêmio de Melhor Dramaturgia em Língua Portuguesa, pelo Instituto Camões e Funarte, em 2013, com a obra Luiz Gama ou o diabo coxo. Como atriz e autora, já recebeu diversos prêmios como Mambembe, APCA, Molière, Apetesp,  dentre outros. Ela é doutora em Teoria e História do Teatro: Dramaturgia, pela Escola de Comunicações e Artes da USP.

O monólogo Os rastros das Marias tem como pano de fundo a trajetória da própria Cyda Baú, mas traz a história de outras mulheres negras como Tereza de Benguela, Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus, Ruth de Souza, Elza Soares, dentre outras.

“Nossa Maria é uma mulher simbiose de todas elas, modelos de resistência e afirmação de sua identidade e cultura”, afirma Cyda.

O monólogo tem composição e direção musical de Renato Gama, cenário e figurino de Luís Carlos Rossi, produção de Amanda Prado e preparação vocal de Frederico Santiago.

O Diversidade em Ciência é um programa de divulgação científica, voltado para as ciências das diversidades e direitos humanos e vai ao ar toda segunda-feira, às 13 horas, com reapresentações às terças-feiras, às duas horas da manhã, e aos sábados, às 14 horas, com direção e apresentação do jornalista, professor da USP e membro da Comissão de Direitos Humanos Ricardo Alexino Ferreira e operação de áudio de João Carlos Megale.

O Diversidade em Ciência é gravado no estúdio do Departamento de Comunicações e Artes/Educomunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

A Rádio USP-FM pode ser sintonizada em 93,7 MHz/SP ou pelo link http://www.radio.usp.br/?page_id=5404

A entrevista foi ao ar na segunda-feira, dia 30 de setembro, às 13 horas com reapresentações na terça-feira, dia 1º de outubro, às duas horas da manhã e no sábado, dia 5, às 14 horas, na Rádio USP.

Texto e foto: Ricardo Alexino Ferreira

 

Na foto:  Cyda Baú (à esquerda) e Gabriela Rabelo (à direita).


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