Navios do futuro serão mais seguros, sustentáveis e autônomos

Com dois níveis de automação em fase de estudos e protótipos pela indústria naval, os navios do futuro proporcionam mais segurança e sustentabilidade

 03/06/2022 - Publicado há 2 anos
Foto: Interior do Tanque de Provas Numérico da Poli (Divulgação)
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Dando continuidade à série especial em conjunto com a Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Instituto Oceanográfico e do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), o Jornal da USP no Ar 1ª Edição conversou com o professor Eduardo Tannuri, do Departamento de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica (Poli) da USP, um dos coordenadores do Tanque de Provas Numérico (TPN) da USP.

O professor Tannuri destaca que a navegação focada no transporte de mercadorias e pessoas é algo totalmente independente dos navios atualmente. Esse tipo de logística pode transportar milhares de containers e realizar viagens interoceânicas, com aproximadamente 20 pessoas a bordo, e tudo por causa do desenvolvimento de motores compressores e outros equipamentos. 

Atualmente, são mais de 2 milhões de navios a realizarem 80% do comércio internacional, transportando desde produtos a granel, como grãos e combustíveis, a conteinerizados, como roupas e eletrônicos. Esses são chamados de navios do futuro, veículos com níveis e protótipos desenvolvidos pela indústria naval, buscando maior autonomia, segurança e sustentabilidade. 

Eduardo Tannuri – Foto: usp.br/edu

Tannuri ressalta os avanços em pesquisas nos navios e a utilização de novos combustíveis, a fim de se reduzir a emissão de gases de efeito estufa, bem como a utilização de mecanismos que aproveitam a força do vento na propulsão das embarcações e de motores elétricos. Para isso, tem se buscado implementar cada vez mais processos de automação não dependentes dos seres humanos. 

Segurança

Na busca pela maior segurança para a tripulação, ele ainda destaca que há estudos voltados para a redução do número de pessoas a bordo, já que isso reduziria riscos e custos. “Essa é a grande pesquisa na área de navegação para chegar no futuro. Talvez, não muito longe, teremos navios totalmente autônomos”, complementa. 

Assim, ele resume que o navio do futuro utilizaria combustíveis mais sustentáveis, motores elétricos, poucos indivíduos a bordo, ou quase nenhum, além da adoção de um sistema de previsão de tempestades. “Esse é o futuro, ou seja, muito mais seguro, mais sustentável, autônomo e com condições melhores de trabalho para as pessoas que provavelmente estarão em terra, fazendo essa supervisão ou operação dos navios.” 

Navegação remota e autônoma 

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Os navios do futuro

Com o avanço dessas pesquisas visando a diminuir o número de pessoas a bordo, haveria duas formas de navegação: a autônoma e a remota. O professor estabelece que a diferença entre elas é a existência de cabines de navegação em terra, com acesso aos equipamentos de controle por meio de uma comunicação via satélite, que, no caso da autônoma, resume-se a apenas ao monitoramento da embarcação para possíveis intervenções. Para Eduardo Tannuri, esta última depende de algoritmos de Inteligência Artificial, para substituir as decisões tomadas pelos navegadores. Nesse sentido, já existem pesquisas em níveis avançados, sendo este o caso de um protótipo na costa da Noruega, mas ainda não há um modelo em atuação no mundo de maneira comercial.


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