Mulheres violentadas em conflitos são tema de seminário no IEA

O Instituto de Estudos Avançados aborda um tema delicado, que só agora começa a ser debatido e explorado em toda sua profundidade

 25/11/2016 - Publicado há 7 anos

Acompanhe a entrevista do repórter Fabio Rubira com a pesquisadora Beatriz de Barros Sousa:

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Mulheres judias capturadas na rua Wesselényi, Budapeste, Hungria em outubro de 1944 - Foto: Wikimedia Common
Mulheres judias capturadas na Rua Wesselényi, Budapeste, Hungria, em outubro de 1944 – Foto: Wikimedia Common

O Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP) promove, nesta sexta-feira,  Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, o seminário Violência Sexual contra Mulheres em Tempos de Conflito, no qual serão apresentados dois panoramas da violência contra o sexo feminino. O primeiro, sobre a violência sofrida por mulheres judias durante o Holocausto, ficará por conta de Rochelle G. Saidel, fundadora do Remember the Women Institute e autora de um livro a respeito de um tema que a história prefere empurrar para debaixo do tapete.

A discussão terá por base o trabalho interdisciplinar de um grupo internacional de pesquisadores, em sua busca de ampliar e aprofundar a compreensão das experiências de estupro e outras formas de violência sexual sofridas por judias naquele período.

Centenas de mulheres deslocadas por conflitos na Somália ficam vulneráveis à violência sexual - Foto: OCHA/R. Maingi via Nações Unidas/Br
Centenas de mulheres deslocadas por conflitos na Somália ficam vulneráveis à violência sexual – Foto: Ocha/R. Maingi via Nações Unidas/Br

No segundo painel, a pesquisadora Beatriz de Barros Sousa (mestranda em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP, com ênfase em gênero e refúgio) pretende analisar a violência sexual contemporânea, especificamente a que vem ocorrendo na Somália, considerada pela ONU “o pior desastre humanitário contemporâneo”.

Em entrevista à Rádio USP, Beatriz revela que ainda há uma certa resistência na abordagem de um tema tão delicado quanto é o da violência sexual contra mulheres em conflitos armados. Tornou-se notória, nesse aspecto, a Guerra da Bósnia (1992-95) , em que as estimativas sobre o número de mulheres submetidas à violência sexual durante o conflito civil, que devastou o país, variam entre 20 mil e 50 mil. No entanto, o número exato jamais será conhecido, porque muitas mulheres escolheram permanecer em silêncio com medo de serem estigmatizadas pela sociedade.

O seminário Violência Sexual contra Mulheres em Tempos de Conflito será realizado nesta sexta-feira, a partir das 10h, no IEA. Outras informações podem ser obtidas pelo site www.iea.usp.br

 


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