Mononucleose chama a atenção pela febre e dor de garganta intensas e prolongadas

Max Igor Lopes alerta para a observação dos sintomas dessa doença que se confundem com outras

 18/07/2022 - Publicado há 2 anos
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Foto: Pixabay

 

A mononucleose é uma doença viral transmitida principalmente pela saliva, por isso também é conhecida como “doença do beijo”. Os principais sintomas são dor na garganta, aumento dos gânglios, febre prolongada e manchas brancas na garganta, que, por se assemelharem a outras infecções virais respiratórias, como a toxoplasmose, devem acender um alerta quando forem fortes e duradouros: há mais chances de o paciente estar com a mononucleose.

Max Igor Lopes – Foto: Reprodução

O vírus que causa a mononucleose é o Epstein-Barr, do grupo herpes. Na primeira vez que o paciente entra em contato com ele, “não é raro que esses sintomas sejam mais prolongados, então uma febre que dure mais de uma semana, uma dor de garganta um pouco mais intensa e prolongada”, explica Max Igor Lopes, médico e coordenador do ambulatório de Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O diagnóstico da doença é feito por um exame de sangue que constata a presença de anticorpos contra o vírus. Em algumas pessoas, a resposta do organismo é um pouco mais lenta, então é possível que o primeiro exame negative. O médico, na avaliação dos sintomas, pode recomendar um segundo teste num intervalo de uma semana para averiguar se os anticorpos apareceram.

Apesar da intensidade dos sintomas, a mononucleose geralmente se resolve sozinha. “É importante que as pessoas se lembrem que a mononucleose é uma doença benigna e autolimitada. É muito raro você ter complicação relacionada à mononucleose ou chegar a ter uma internação hospitalar”, avisa Lopes. A internação ocorre quando o paciente precisa de auxílio para se manter hidratado por conta do desconforto provocado pela dor de garganta, por exemplo.

Prevenção difícil

A mononucleose é uma doença considerada muito comum devido à fácil transmissão. Nem todas as pessoas apresentam sintomas, podendo eliminar o vírus de tempos em tempos sem saber. Além disso, sendo o contato com a saliva a principal forma de contágio, Lopes explica que é difícil fazer a prevenção, especialmente em contatos mais prolongados como no beijo. “Os grupos mais vulneráveis são as crianças pequenas, os adolescentes e adultos jovens.” As crianças costumam colocar os brinquedos e as mãos na própria boca ou na dos colegas, facilitando a transmissão.

Nesse caso, a recomendação é se atentar aos sinais que seu corpo está dando. “Então é sempre importante, principalmente quando você teve contato com outras pessoas, prestar atenção se depois de um tempo, geralmente umas duas semanas, começa um quadro de febre, dor de garganta e aumento dos gânglios.”

Tratamento

Como em outras doenças virais, o tratamento da mononucleose é para aliviar os sintomas. Repousar e evitar ter contato íntimo com outras pessoas são os principais cuidados, em especial para não transmitir o vírus. “O descanso também é importante, porque é uma doença muito intensa e consome as energias do corpo.”

Lopes alerta que alguns pacientes apresentam aumento do baço, que pode se romper na prática de esportes de contato intenso, como o futebol e as modalidades de luta. “É óbvio que é importante uma orientação médica, mas é importante esperar pelo menos um mês de recuperação antes de retomar essas atividades.”


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