Modismo pode comprometer evolução de ciclistas amadores

Uso de coroas ovais não colaboram para melhores desempenho, treinamento adequado sim, diz especialista

 16/11/2018 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 19/11/2018 as 11:43

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Nesta semana, o professor Paulo Roberto Santiago fala, na coluna Ciência e Esporte, sobre as coroas ovais para bicicletas. O professor lembra que “muitos atletas, por modismo, modificam a coroa das bicicletas, com o intuito de melhorar o desempenho, isto é, aumentar o torque gerado principalmente nos pontos de maior propulsão.”

Santiago explica que as coroas ovais são aquelas peças circulares onde ficam presos os pedais e por onde passam as correias das bicicletas durante o pedalar. E conta que, no Brasil, há estudos sobre esse tema e que “não foi encontrado na literatura um consenso que comprove que as coroas melhorem de fato o desempenho dos atletas.”  

O professor fala que as coroas até podem ser melhores no quesito biomecânica, mas os estudos não mostram melhora no desempenho de atletas por conta dela. “Eu não  aconselho aos que estão iniciando na prática do ciclismo, afinal terão que aprender a pedalar de uma outra forma para gerar propulsão, ao contrário dos atletas de alto nível, que tem corais feitas especificamente para eles. Além disso, as coroas ovais são mais caras e acabam deixando o esporte inviável.”

Santiago conclui dizendo que, para ele, “vale mais investir em treinos do que em equipamentos como as coroas ovais, que até o momento não têm eficácia científica comprovada.”

Ouça na íntegra a coluna Ciência e Esporte.


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