Ministério da Agricultura aprova registro de 51 novos agrotóxicos

José Otávio Menten explica que uso de agrotóxicos deve seguir rigorosamente o diagnóstico feito, com uma receita agronômica elaborada por um profissional habilitado

 24/07/2019 - Publicado há 5 anos
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O Ministério da Agricultura aprovou, nesta segunda-feira (22), o registro de mais 51 agrotóxicos, totalizando 262 neste ano. Segundo a pasta, boa parte das substâncias registradas seguem fórmulas que já estão no mercado brasileiro – sendo que apenas um princípio ativo nunca havia sido introduzido no Brasil. O Ministério afirmou que “a medida busca aumentar a concorrência e baratear custos”. A porta-voz do Greenpeace, Marina Lacôrte, ressalva que apesar de não haver substâncias novas, com exceção de uma, há muitas combinações novas, que podem ter efeitos diferentes e que ainda não foram estudados. O engenheiro agrônomo José Otávio Menten, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, fala sobre o processo de liberação dos agrotóxicos.

Fotomontagem Moisés Dorado

“Os defensivos agrícolas só podem ser utilizados pelo produtor após passarem pelo processo de registro” explica o professor Menten, e continua: “Um procedimento rigoroso, envolvendo análises e estudos por três órgãos de maneira independente: Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama, e Ministério da Saúde, através da Anvisa”. Após a aprovação desses três órgãos, o produto recebe o registro e depois segue para ser cadastrado na coordenadoria de agricultura de cada Estado. Depois desse processo, ele pode ser vendido.

O ritmo de liberação de novos agrotóxicos é o mais alto já visto, o professor Menten esclarece que esse fenômeno é “uma reivindicação muito antiga do setor do agronegócio”, que sempre buscou maior agilidade no processo de registro.

A proteção de plantas pode ser feita através de diversas medidas. “O agricultor deve utilizar o manejo integrado, que é o uso simultâneo ou sequencial, de todas as medidas, deixando para usar os defensivos agrícolas, sejam eles químicos ou biológicos, como última opção”, destaca o professor. Ou seja, o uso de agrotóxicos deve seguir rigorosamente o diagnóstico bem-feito, com uma receita agronômica elaborada por um profissional habilitado. De tal forma que só serão utilizados quando forem fundamentais para garantir a produtividade da sua cultura.


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