Medicina nuclear cada vez mais se consolida nas áreas de tratamento e diagnóstico

O Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do HC conta com equipamentos essenciais para diagnóstico de câncer e doenças neurodegenerativas

 31/05/2023 - Publicado há 10 meses     Atualizado: 30/01/2024 as 14:59
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Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP – Foto: Renato Fontes/Google Maps
Giovanni Guido Cerri Foto: IEA USP

Referência na área de pesquisa em medicina no País, o Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia (Inrad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP foi pioneiro na utilização de radioisótopos na América Latina. Criado em 1959, no início seu trabalho era dedicado à pesquisa, com poucas aplicações clínicas. Giovanni Guido Cerri, presidente dos conselhos do Inrad e de inovação da USP, conta que o local conta com seu próprio ciclotron. “É um dos poucos centros do mundo que tem um equipamento de alto porte para produção de radioisótopos, utilizados no Hospital das Clínicas e também em outros lugares. Ele desenvolve novos radioisótopos, principalmente para a área de oncologia, contando com uma série de pesquisas avançadas em oncologia e também neurologia.”

O centro também conta com um dos dois únicos equipamentos do país de Pet Ressonância para diagnósticos e um Pet CT, aparelhos ultra modernos para  a detecção de doenças. “ É um equipamento essencial para diagnóstico de câncer e doenças neurodegenerativas. A medicina nuclear cada vez mais está se consolidando em uma área que vai contribuir para diagnóstico e tratamento e que hoje é chamada de teranóstico, porque envolve diagnóstico e tratamento de forma simultânea.”

Museu

Carlos Alberto Buchpiguel – Foto: Reprodução / HCFMUSP

O Centro de Medicina Nuclear conta com um museu para preservar a memória do que foi feito de uma forma pioneira e rudimentar. Ele é um registro do passado para contar sua trajetória até os dias atuais. Carlos Alberto Buchpiguel, radiologista do Incor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP, destaca que hoje os diagnósticos das doenças estão se baseando muito mais numa construção de origem biológica, patológica, do que propriamente sindrômica clínica. “Cada vez mais a gente está com a medicina nuclear identificando aspectos que antigamente só eram possíveis de serem registrados através da autópsia, através da análise do tecido daquele órgão, e hoje de forma não invasiva você consegue detectar essas características através da imagem e utilizar elas não só para imagem como para tratamento. A gente acredita que, no futuro, com inteligência artificial e com uma série de outros dispositivos, nós vamos identificar características de alterações moleculares das células de forma totalmente não invasiva, ou seja, sem ter que fazer uma biópsia ou retirar uma determinada parte de um determinado órgão e caracterizar aspectos que promovem o aparecimento de diferentes doenças e, com isso, abrir perspectivas de tratamentos mais eficientes e com menor toxicidade e maior qualidade de vida”.

A medicina nuclear não deve em nada ao trabalho realizado em outros países, o que falta são recursos para pesquisas e tornar essa uma especialidade distribuída de forma mais equalitária para diferentes camadas socioeconômicas da população. O Sistema Único de Saúde (SUS) já faz uso da tecnologia em algumas situações, mas a deficiência econômica e a tabela de referência defasada prejudicam o serviço. São Paulo concentra grande parte da Medicina Nuclear de ponta que hoje se pratica no país.A USP foi o primeiro centro de formação estruturada aprovado pelo MEC na área da Medicina Nuclear, que compreende pelo menos três anos de formação básica, com o quarto ano sendo opcional. “


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