Muitos negócios têm a intenção de dar grandes passos rapidamente e, com startups, isso funciona da mesma forma. Em busca desse objetivo, alguns tipos de programas de aceleração são utilizados para impulsionar empresas com potencial de crescimento. A USP, como vanguarda, estuda esse fenômeno, e, através de pesquisas, surgem materiais capazes de ajudar esse tipo de negócio.
Nesse sentido, o livro Shell4startups, criado pelo professor Marcos Barretto e o aluno Diogo Dutra da Escola Politécnica da USP, e pelos alunos da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade, Artur Vilas Boas e Rodrigo Franco, busca desconstruir mitos em torno do assunto, ao colocar em evidência uma metodologia baseada em casos reais de mais de 200 projetos acelerados.
“Nesse livro, a gente aborda essa metodologia de aceleração que vem sendo desenvolvida, não apenas de teoria, uma visão consolidada nesses muitos anos de interação”, comenta o professor sobre a colaboração mútua entre os autores para o desenvolvimento do material. De acordo com Barretto, o material serve como orientação para muitos programas de aceleração encontrados no Brasil e ao redor do mundo.
Já Villas Boas comenta em entrevista ao Jornal da USP no Ar que, ao longo do tempo, eles foram testando vários processos para criar startups, aprendendo os melhores caminhos e descobrindo o melhor processo a ser seguido, inclusive com questionamentos em torno do que funciona no Brasil e do que não funciona, já que muitas coisas vêm do exterior. “Criamos um passo a passo, com etapas bem claras, com ferramentas bem claras, e isso foi se materializando em uma metodologia, um modelo mais concreto”, completa o doutorando. Importante citar que, junto à metodologia encontrada no livro, os autores fizeram questão de colocar casos reais para ilustrar os projetos acelerados pela equipe.
Rodrigo Franco, outro autor do livro, explica, para não haver mais confusões, que startups são empresas iniciantes que estão em modo de busca, ou seja, buscando seu principal cliente, seu modelo de negócio. Para fins de comparação, ele explica que empresas mais maduras encontram-se na fase de execução, não mais de busca. Ele deixa claro que não há um modelo geral a ser seguido, e nisso reside a importância da experiência e do conjunto de casos descritos, pois o leitor conseguirá relacionar sua situação com algum projeto mencionado no livro.
Uma pergunta que pode surgir na mente de alguém interessado no assunto é qual a principal dificuldade no início de uma startup. Diogo Dutra comenta que o principal conceito nesse caso é a possibilidade de abandonar a primeira ideia e, de acordo com ele, muito da metodologia aplicada passa exatamente pela desconstrução do mito da ideia genial. “É você tentar entender que não é sobre a ideia genial que você teve e, sim, sobre uma investigação, junto com clientes reais que têm um problema real, e que você está se propondo a resolver, fazendo um negócio em cima disso”, conclui Dutra.
O livro foi lançado há quatro meses e, recentemente, ganhou tradução para o inglês. O download está disponível no site http://shell4startups.com/download-the-playbook.
Saiba mais ouvindo a entrevista completa no player acima.
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