No dia 17 de março, a Operação Lava Jato completa quatro anos. Desde 2014, Ministério Público, Judiciário, Receita Federal e Polícia Federal trabalham conjuntamente, visando a detectar e punir casos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo agentes políticos e empresas. Para Roberto Livianu, promotor de Justiça da Procuradoria de Interesses Difusos e Coletivos do Ministério Público do Estado de São Paulo e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, os resultados obtidos até o momento são fruto de muita coragem, apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer.
Segundo Livianu, o Brasil nunca enxergou com tanta nitidez a responsabilização de detentores do poder como agora, com a Lava Jato. “Gente muito poderosa está sendo alcançada pela lei”, avalia. Ele lembra, porém, que a operação tem limites e que ela não vai acabar com o problema da corrupção no País. Para isso, seria necessário um esforço do Estado em aplicar ajustes legais, o que não tem sido observado.
Roberto Livianu dá exemplos de medidas que, ao seu ver, seriam passos importantes no combate à corrupção: reforma política, fim do foro privilegiado e criminalização do caixa 2. Para o promotor, a falta de reação do Estado reflete uma postura do governo, que reage como se não aceitasse ser controlado. Livianu conclui dizendo que as eleições do fim do ano são uma ótima oportunidade para que se tenha uma nova representação política no País.
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