O Instituto de Psicologia (IP) da USP, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, tem feito um trabalho na Escola Raul Brasil, depois do ataque de ex-alunos à escola, com perspectiva de formação para gestores e educadores. Já com a Secretaria Municipal de Educação de Suzano, em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) daquele município, foi criada uma equipe de apoio psicológico através de ações emergenciais até agosto. Nesta semana, serão atendidas cinco escolas municipais em encontro no formato de polo de escolas. O Jornal da USP no Ar conversou com a diretora do IP, professora Marilene Proença Rebello de Souza, a fim de compreender melhor a atuação do instituto.
O trabalho de atendimento à comunidade não é nenhuma novidade no Instituto de Psicologia. O Serviço de Psicologia Escolar (Sepe) do IP atende escolas, abrigos e ONGs há quatro décadas. Além do Sepe, os laboratórios de pesquisa também prestam serviços gratuitos à população, relacionando teoria e prática, expõe a diretora do instituto.
Uma equipe de 15 pessoas está acompanhando a Escola Raul Brasil e realizando ações desde o primeiro dia após o massacre. As ações buscam acolher alunos, professores, funcionários e gestores da escola. A professora Marilene explica que evitar falar sobre o tema, como defende o senso comum, é um erro. Pesquisas e trabalhos realizados com sobreviventes, como do incêndio na boate Kiss, revelam que o diálogo é fundamental. “As pessoas precisam contar suas experiências e relações. Temos que falar até não se poder mais”, diz Marilene.
Em parceria com as Secretarias de Educação (Municipal e Estadual), o IP vai realizar uma série de ações intituladas Primeiros cuidados psicológicos e fortalecimento de vínculos. O projeto vai contemplar cinco escolas, formando um polo de ação na região. Na Escola Raul Brasil, especificamente, o intuito é realizar rodas de conversa periódicas em todas as salas, além da construção de um memorial para as vítimas.