Inovações tecnológicas invadem privacidade de usuários

Gilson Schwartz e Antônio Ribeiro de Almeida Junior discutem o assunto no “Diálogos na USP”

 20/10/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 25/10/2017 as 10:47
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Inovações tecnológicas propiciam inúmeras facilidades e benefícios, ao passo que podem apresentar riscos à segurança de seus usuários. Com a crescente exposição na internet, a preservação da reputação e da privacidade tornam-se grandes desafios. Por conta disso, o “Diálogos na USP” desta semana apresentou um debate sobre como os avanços da tecnologia podem ameaçar a privacidade da população.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Para comentar o assunto, foram convidados Gilson Schwartz, professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CRT) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, e Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade.

Durante o debate, Schwartz explica o conceito de privacidade, estabelecido de acordo com o valor que cada sociedade atribui ao privado. Para Antônio, “a contraposição entre público e privado tem se confundido cada vez mais, inclusive gerando na população uma vontade de se expor”. E completa: “nessa possibilidade tecnológica de invasão de espaços anteriormente considerados privados, há um risco enorme não só ao indivíduo, mas também à democracia”.

A democracia é ameaçada quando a concentração da informação está sob controle de poucas pessoas, isto é, um desequilíbrio é gerado, excluindo a maioria da população. “Falta discutir a relação entre quem nós somos, a informação sobre nós mesmos e quem tem acesso a essas informações. “É um tripé: nós, as informações e o controle das informações”, afirma Schwartz.

Apesar de concordar com o risco à democracia, Schwartz pontua que essa nova tecnologia é o resultado do grau mais elevado de ciência e tecnologia desenvolvidas pelo ser humano. Para ele, a ambiguidade em torno dessas inovações – o fato de democratizar, ao mesmo tempo que ameaça a democracia – é comum a qualquer objeto, pois é a intenção do sujeito que determina a sua utilidade.

Quanto à perda de privacidade, Schwartz fala sobre o conceito de tradeoff, utilizado por economistas e definido como aceitação de um custo em função de algum benefício. Assim, cita o exemplo de quando as pessoas abrem mão de sua privacidade em nome da segurança – como a instalação de câmeras em residências -, da mesma forma que, na rede, os usuários encontram benefícios diante de tanta exposição, como o aumento do círculo de amizade.

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