Imunização completa da covid-19 evita casos graves provocados pela variante ômicron

Para evitar o agravamento da situação, Max Igor Banks reforça a importância da imunização completa e da dose de reforço, que gera uma proteção adicional contra o vírus

 07/02/2022 - Publicado há 2 anos
O percentual de quadros agudos da ômicron ainda é pequeno, mas numericamente significativo – Foto: sns.gov.pt

 

A alta transmissibilidade da variante ômicron ocasionou um novo pico de casos de covid-19 no Brasil. Embora uma parcela significativa dos infectados não apresente sintomas graves, médicos questionam se a recém-surgida variante é realmente “leve” ao analisar a relação entre a vacinação e a necessidade de internação. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o infectologista Max Igor Banks, responsável pelo Laboratório de Reinfecção do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, comenta as características da atual onda de covid-19 e a importância da imunização completa no combate à doença.

Max Igor Banks – Foto: Reprodução/FM-USP

Os casos de contaminação pela ômicron apresentam, no geral, uma evolução mais benigna do que as antigas variantes, indica o médico. “A maioria das pessoas tem casos leves. A doença afeta o nariz, garganta e seios da face e não os pulmões”, diz. No entanto, a transmissão intensa da variante acaba por afetar grupos vulneráveis, que têm maiores chances de desenvolver casos respiratórios baixos, como pneumonia. “Isso ocorre especialmente entre não vacinados, pessoas com comorbidades, transplantados, idosos e imunossuprimidos”, aponta Banks.

O percentual de quadros agudos da ômicron ainda é pequeno, mas numericamente significativo. Para evitar o agravamento da situação, o médico reforça a importância da imunização completa e da dose de reforço, que gera uma proteção adicional contra o vírus. “Há uma certa resistência da população em relação à terceira dose, o que reflete no número de internações”, conta Banks, que também menciona recentes estudos e relatórios que indicam menor risco de piora da doença entre aqueles que receberam a dose de reforço: “É nítido que quem é vacinado se infecta menos do que quem não é”. 

Quadros graves em crianças e adolescentes

 Engana-se quem pensa que menores de idade não estão sujeitos a desenvolver sintomas críticos da doença, diz o doutor. Nos últimos meses, os casos de internação infantil em hospitais e UTIs aumentaram, situação que pode ser barrada pela vacinação. “Considerando que as aulas voltaram e existe uma grande aglomeração de crianças nas escolas, com medidas de segurança cada vez menores, a vacina é essencial para conter a disseminação do vírus”, expõe o médico. “Historicamente, a redução da mortalidade infantil está relacionada às vacinas. Elas protegem as crianças e também suas famílias contra a contaminação”. 

Banks destaca que efeitos adversos à vacina, como febre e dores de cabeça por alguns dias, são comuns. A reação do sistema imunológico é um forte indicativo do modo como a doença se comportaria no corpo do vacinado: “Quem tem reações fortes após a vacinação provavelmente teria um caso mais intenso se pegasse o vírus antes de ser imunizado”, finaliza.


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