“Ele não conseguiu fazer quase nada.” Foi o que disse o professor e colaborador do Instituto de Relações Internacionais da USP, Carlos Eduardo Lins da Silva, acerca do primeiro ano de mandato do líder norte-americano Donald Trump. Segundo o professor, o primeiro ano do presidente foi marcado por pronunciamentos divisivos e medidas impopulares.
Terminando o seu primeiro ano de mandato com uma taxa de aprovação semanal em torno de 39%, a mais baixa da história recente dos EUA, segundo o Instituto Gallup, Donald Trump teve de enfrentar as consequências do resultado discutível do pleito eleitoral. Tal cenário, explica o professor Lins da Silva, que também é colunista da Rádio USP , fez com que ele tivesse dificuldades em cumprir suas promessas de campanha ao longo de 2017, como a famosa proposta do muro na fronteira com o México e suas políticas imigratórias agressivas contra muçulmanos.
Em seu primeiro discurso do Estado da União, no final de janeiro, Donald Trump elencou os pontos positivos de seu mandato e propôs para 2018 um grande plano de infraestrutura, envolvendo US$ 1,5 trilhão em investimentos. Na opinião do professor, a proposta tem potencial para obter apoio de todos os setores dos EUA, mas alerta para os impactos na economia: “Esse gasto, que ele promete realizar, vai completamente contra os princípios eternos do Partido Republicano de não aumentar o déficit fiscal e a dívida do governo federal (…) isso vai jogar os EUA, a médio e longo prazo, em uma dificuldade fiscal enorme”, afirma.
Detalhes acerca do balanço do primeiro ano de Trump, e expectativas para o resto do mandato, estão na entrevista completa com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva à Radio USP e podem ser ouvidos no player acima.