
Como parte do universo do metaverso, a tecnologia de gêmeos digitais surge como uma incorporação de um ativo ou objeto no meio cibernético que possui um correspondente no meio analógico. A lógica de produção, alterações e situações de simulações são facilitadas com esse tipo de representação virtual.
Os primeiros estudos nesse campo surgiram no fim dos anos 90, envoltos no conceito de “mundo espelhado”. O professor Paulo Miyagi, de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica da USP, explica que a ideia surgiu com a necessidade de controlar foguetes e operações espaciais a distância, para a manutenção de possíveis falhas: “O que acontece no virtual, acontece no mundo real”, complementa ele.
Balanço positivo no mercado
Incorporado no sistema do metaverso, que funciona como uma “réplica do ambiente físico no mundo virtual”, algumas empresas têm investido nesse tipo de tecnologia, visando a aumentar suas vendas, com produtos mais aprimorados, a partir da capacidade de antever cenários possíveis. Com a capacidade de melhorar o produto, além da possibilidade do desenvolvimento de novos produtos mais adaptados, os chamados “digitais twins” prometem reduzir custos e encurtar o período de produção e lançamento no mercado.

Isso surge a partir da capacidade do gêmeo digital antever falhas no gêmeo físico, ao rastrear a origem do problema, detectando um comportamento anormal. O professor exemplifica com o caso do aeroporto de Congonhas, que poderia ser solucionado com a incorporação de um gêmeo digital da aeronave, a fim de evitar o acidente e a paralisação, ao antever a possibilidade de falha.
A possibilidade de adaptação de produtos, sob olhar de um determinado mercado, também é destacada por ele. A depender dos detalhes pedidos, a partir de personalizações individuais, a interferência na cadeia de produção é um dos pontos destacados pelo professor, que adiciona: “Tentar modelar a partir dos detalhes desejados, ou em um outro ambiente, variando a temperatura, pressão, umidade. Então, independentemente da distância, o fabricante poderia monitorar todos os produtos dele”.
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