A professora da Escola de Comunicações e Artes da USP Marília Fiorillo, comentarista da coluna Conflito e Diólogo, analisa o cancelamento súbito do tão esperado encontro entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, que ocorreria dia 12 de junho.
O insólito é que o cancelamento do encontro entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte foi feito a partir de uma carta que o presidente americano, Donald Trump, enviou ao líder norte coreano, Kim Jong-un, explicando que, devido às recentes trocas de insultos e hostilidade, é um momento inapropriado para esse encontro.
Enquanto o líder norte-coreano Kim Jong-un agride verbalmente os dirigentes americanos e afirma estar pronto tanto para as negociações como para o combate nuclear, Trump lamenta a burrice dos norte-coreanos, se gaba de possuir o maior poder militar do planeta, e afirma: “Rezo a Deus para não ter que usar nossa capacidade nuclear”.
Marília Fiorillo comenta que “o mais espantoso do episódio todo talvez não seja o mal-entendido, o fracasso das negociações, o bullying, essa linguagem de valentões e nem mesmo a vertiginosa rapidez que os ventos mudam de direção, mas o fato de Trump ter escrito uma carta ao invés de tuitar. Isso sim que é inesperado, espantoso, insólito, inédito. Dá o que pensar. Uma vez que ele usa o Twitter para tudo, inclusive demitir funcionários de alta patente”.
A professora conclui que, em uma semana de incertezas galopantes e troca de farpas, o sisudo aiatolá Kamenei, líder do Irã, com poder inconteste, comparou Trump ao gato do desenho animado Tom & Jerry. “Ele sabe que o ratinho sempre se safa do gato.”
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Conflito e Diálogo.