Um robô instalado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Ribeirão Preto vai fazer mil testes diários para detectar a covid-19 na população. É um reforço e tanto para a cidade, que realiza em média 300 testes diários e vê uma pessoa ser contaminada pela doença a cada dez minutos. O robô vai fazer o exame PCR, ou seja, vai detectar o RNA (material genético) do sars-cov-2 nos pacientes que chegam às unidades de saúde com vírus gripais leves.
O resultado é rápido, o que vai permitir dinamismo nas ações de políticas públicas. Com a detecção do vírus, esperam monitorar o paciente e fazer com que ele fique em isolamento social. O robô está sendo instalado no Supera Parque de Inovação e Tecnologia, que funciona no campus da USP, e que direcionou laboratórios das empresas incubadas para auxiliar a testagem da covid-19 na cidade.
O Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde no dia 16 de julho, por exemplo, informa que a cidade tinha cerca de 9 mil casos confirmados, com 266 mortes pela doença. Segundo Rodrigo Stabeli, diretor da Fiocruz em São Paulo, que tem sua sede na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a cidade vive o pico da doença, situação essa que deve persistir até outubro, quando estima-se começar a abrandar.
Mesmo com esse cenário, a cidade apresenta um dos piores índices de isolamento social do Estado de São Paulo; 45% da população está em casa, quando o recomendado pelas organizações de saúde é acima dos 65%. Para amenizar o problema, Stabeli conta que a Fiocruz intensifica suas ações em duas frentes, contando com as parcerias da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, do Supera Parque de Inovação e Tecnologia e da USP. Numa delas, faz o acompanhamento dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra o novo coronavírus. Na outra, atua junto à população que procura as unidades de saúde.
O robô já entrou em operação e vai permitir aumentar o cerco à doença, mas Stabeli chama a atenção para a responsabilidade social de todos se protegerem.
Ouça no player acima, a íntegra da entrevista completa do diretor da Fiocruz em São Paulo, Rodrigo Stabeli.