Fim do Programa Farmácia Popular pode elevar custos da saúde

Sílvia Storpirtis afirma que internações hospitalares devem aumentar em decorrência das doenças crônicas se o programa, que distribui medicamentos gratuitamente, for extinto

 17/09/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 01/10/2020 as 16:26
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A justificativa para acabar com o Programa Farmácia Popular é o plano de reformulação de políticas sociais do governo, que prevê cortes no orçamento. Em novembro de 2017, o governo já havia demonstrado a intenção de acabar com o programa, chegando a fechar 400 lojas da rede própria. No ano seguinte, cogitou reformular o modelo de pagamento para estabelecimentos particulares credenciados. Com 28 mil farmácias cadastradas, somente em 2019, o sistema foi responsável por atender 21,3 milhões de pessoas, oferecendo medicamentos gratuitos ou com descontos de até 90% para a população. Entre os remédios oferecidos estão os de uso contínuo para tratamento da asma, rinite, dislipidemia, diabete, hipertensão arterial, osteoporose e muitos mais.

“Como consequência do fim do Farmácia Popular, os custos dos sistemas de saúde vão aumentar muito, dado o elevado número de internações hospitalares em decorrência das doenças crônicas, que poderiam ser evitadas”, cita Sílvia Storpirtis, professora formada e aposentada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica. O prejuízo será maior para o SUS, o que já vem ocorrendo nos últimos anos pela falta de investimentos. Segundo a professora Sílvia, “este não é um programa que deva ser extinto, mas aprimorado, porque é um avanço em relação à saúde no nosso país”.

 

 

 

 


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