Em meio aos escândalos de corrupção, dois assuntos vieram à tona recentemente, os quais levantam a discussão sobre a ética nas relações entre o Poder Judiciário e os escritórios de advocacia.
O Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foi questionado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o seu suposto impedimento para mandar soltar o empresário Eike Baptista, uma vez que a esposa do ministro trabalha no escritório de advocacia que defende o empresário.
Por outro lado, o questionamento de Janot também foi posto em dúvida, uma vez que a filha do procurador, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, é advogada da OAS, empreiteira investigada na Operação Lava Jato.
O professor Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, analisou a questão. Para ele, esse tipo de relação fere a lei, compromete o estado democrático de direito e causa insegurança jurídica.