Falta de especialistas em dados abertos ainda é um desafio

Professor diz que, em países desenvolvidos, a utilização de informações públicas tem efeitos positivos

 19/06/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 20/06/2018 as 11:53

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Entrou em vigência em 2012 a Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, que permite que qualquer cidadão, sem necessidade de justificativa, solicite dados e informações a qualquer órgão ou entidade pública dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público, nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Porém, Luis Gustavo Nonato, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação de São Carlos (ICMC) da USP, acredita que a posse desses dados abertos não está sendo bem utilizada.

O professor afirma que, embora haja uma tendência mundial, a América Latina não possui nenhum curso de graduação na área de Ciências de Dados, o que faz com que esses países não consigam utilizar de maneira efetiva as informações colhidas. Nonato acredita que, como já é feito em países desenvolvidos, a posse dos dados possa trazer melhorias significativas na vida da população.

Os dados abertos têm sido utilizados não somente como mecanismo de fiscalização dos governos, mas também como suporte à elaboração de políticas públicas, sendo ainda a base de criação de novas tecnologias. Um exemplo explanado pelo professor é o que ocorreu na Califórnia. Com a utilização de dados de trânsito, uma empresa conseguiu propor ao governo a redução do número de veículos após um planejamento que calculou a quantidade de pessoas que precisavam se locomover pela cidade. Assim, foi otimizado o transporte público, o que culminou no aumento do número de passageiros, ao mesmo tempo em que a circulação de veículos particulares obteve queda.

O grande problema, no entanto, são como esses dados estão disponíveis, já que não há uma organização padrão e, muitas vezes, as informações estão incompletas, o que dificulta a aplicação delas no contexto social.

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