Ouça a entrevista do professor Reynaldo Fernandes ao repórter Ferraz Junior da Rádio USP de Ribeirão Preto.
Na última quarta-feira, 2 de novembro, o procurador da república no Ceará, Oscar Costa Filho, pediu a suspensão das provas que haviam sido marcadas para datas diferentes, em função das ocupações de escolas em 20 Estados do Brasil. O procurador alegava que o fatiamento da prova, que terá temas de redação diferentes, fere a isonomia da seleção. Na tarde de ontem, a juíza Elise Avesque Frota manteve a realização do exame em duas datas rebatendo o argumento utilizado pelo procurador que questionava a quebra de isonomia do exame.
Os estudantes que seriam prejudicados neste final de semana, em função das ocupações, farão as provas no início de dezembro. A medida vale para mais de 191 mil estudantes.
O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP de Ribeirão Preto, Reynaldo Fernandes, já foi diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Anísio Teixeira, autarquia vinculada ao Ministério da Educação e responsável pelo Enem.
Segundo o professor, realizar o exame em duas ou três etapas não traz prejuízos para a avaliação do aluno. Ele afirma que não é a primeira vez que isso ocorre. “O Brasil é um país gigantesco e problemas localizados acontecem, como falta de energia, inundações e isso requer adiamento das provas. Já aconteceu isso e não houve o menor problema.” Este ano, o Enem vai abranger 8,6 milhões de estudantes. A realização de uma segunda etapa vai custar aos cofres públicos R$ 12 milhões, segundo o Ministério da Educação.