Evento do IEA promove abordagem integradora na educação

Sistema fragmentado em disciplinas é ineficiente, diz Naomar Almeida Filho, da UFBA

 25/09/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 27/09/2019 as 8:33
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Segundo encontro da Cátedra do IEA com foco na Escola trata das dimensões “Fragmentação Disciplinar e Transdisciplinaridade”, que serão tema da palestra e do debate de abertura. Três oficinas de trabalho aprofundarão as temáticas em atenção às áreas do conhecimento e os conteúdos na educação infantil. O objetivo é tratar a “fratura disciplinar” como problema educacional e buscar alternativas de integração de acordo com a área, além de tratar da especificidade da educação infantil. Evento acontece nesta sexta-feira, no Auditório do IEA, das 9 às 17 horas.

“O nosso sistema de educação é baseado em um princípio filosófico e pedagógico fundamental que é o seguinte: para conhecer, é preciso dividir, fragmentar. E aí essa estratégia de criar disciplinas, que são fragmentos do conhecimento, foi muito eficiente em um certo momento da história. Mas deixou de ser”, afirma Naomar de Almeida Filho, professor de Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi reitor da mesma instituição de 2002 a 2010. Ele explica que tal modelo de ensino é muito distinta da realidade, a qual aborda questões com múltiplas facetas. “Atualmente, nesse mundo tão complexo, a abordagem integradora de todos os temas está mais eficiente para produzir um conhecimento”, completa.

A estrutura do ensino costuma colocar um professor único para a turma na educação infantil. Conforme avança no ensino fundamental e médio, entretanto, inicia-se uma certa divisão. Em geral, os alunos ficam numa sala do ensino médio e professores diferentes vão ao seu encontro. “Professor de física, química, sociologia, geografia: cada um é um professor de uma matéria ou disciplina. Mas os temas importantes da vida, da realidade, da ciência, demandam perspectivas múltiplas”, afirma Almeida Filho.

O professor da UFBA acredita que o sistema universitário também aprofunda ainda mais essa forma de pensar de modo fragmentado, mas propõe lidar com a educação a partir de projetos, problemas e temas estruturais. “A expressão que tem sido usada para designar essa solução para o problema da transdisciplinaridade é chamada transversalidade. Quando se produz uma problematização e uma estratégia por pedagogia de projetos, está se buscando uma compreensão transversal que seja capaz de dar conta dessa complexidade.”


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