Estudo avalia tratamento cirúrgico para excesso de suor

Cerca de 1% da população tem hiperidrose; tratamento indicado em casos primários é cirurgia, diz médico

 22/05/2019 - Publicado há 5 anos
Por
Logo da Rádio USP

Estudo no Instituto do coração (Incor) busca avaliar sudorese compensatória, aumento de suor em outras áreas por compensação fisiológica, após intervenção cirúrgica em casos de hiperidrose. A doença é caracterizada pelo suor excessivo em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto, mesmo quando não está calor ou a pessoa está deitada. Sua origem pode ser genética ou patológica. Além da hereditariedade, pode ser ocasionada por fenômenos como menopausa, doenças cardíacas, ansiedade, diabete, entre outros. Quando não há uma causa aparente, é chamada de primária.

“Segundo estimativas, cerca de 1% da população tem hiperidrose. Antigamente a cirurgia, chamada simpatectomia, era aberta, o trauma era maior; hoje se realiza videocirurgia. A incisão é menor e seguida de ótica e bisturi. Então, a termoablação é mais precisa. Diminui muito o risco cirúrgico”, explica o médico Miguel Tedde, da Divisão de Cirurgia Torácica do Incor, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ao Jornal da USP no Ar. Em vista disso, dermatologistas indicam o procedimento, sobretudo para os quadros localizados e primários. O aumento da sudorese em outras partes do corpo, exceto a operada, é uma das decorrências frequentes da cirurgia.

Tentando reprimir esse efeito negativo, pesquisadores do Instituto do Coração avaliam técnicas alternativas. “[Quando a hiperidrose ocorre nas mãos] no tratamento tradicional, se opera os lados direito e esquerdo na mesma intervenção. Como alternativa, se propõe operar somente a banda dominante, normalmente a direita. O acompanhamento responde se o paciente fica bem operando apenas em uma das mãos, caso contrário, se realiza outra cirurgia”, explica Tedde. O ensaio busca comprovar que o segundo método provoca uma taxa menor de sudorese compensatória, uma evidência clínica.

Por se tratar de um estudo randomizado, há um cálculo do número de pacientes necessários para ter significância estatística. Como a quantidade chegou a 200 doentes, os testes clínicos são feitos em dez centros de excelência. Fora o Incor, eles estão em Salvador, Recife, Caxias do Sul, Manaus, Fortaleza, Brasília, Juiz de Fora, Natal, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Logo, é um ensaio multicêntrico.

“Se a hiperidrose for secundária, ou seja, causada por outras doenças, o melhor tratamento é a terapêutica da patologia de origem”, explica o médico. Apesar da doença não apresentar nenhum risco evidente à vida, os transtornos podem torná-la incapacitante, já que gera incômodos no dia a dia do paciente.

 


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica e o Instituto de Estudos Avançados. No ar, pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h e às 16h45. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.