Especialistas alertam sobre uso de medicamentos nocivos durante amamentação

Carlos Roberto de Medeiros e Eliane Gil Rodrigues de Castro, ambos do Ceatox, explicam a classificação de substâncias e os riscos de intoxicação pelo recém-nascido em período de amamentação

 01/09/2021 - Publicado há 3 anos
A suspensão do uso de medicamentos durante o período de gestação deve permanecer após o parto e durante a amamentação, quando possível – Foto: Pixabay-CC
Logo da Rádio USP

O Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo orienta sobre o uso de medicamentos durante o aleitamento materno. Carlos Roberto de Medeiros, gerente médico do Ceatox, e Eliane Gil Rodrigues de Castro, farmacêutica do centro e assistente toxicológica, comentam ao Jornal da USP no Ar 1° Edição sobre as condições relacionadas à excreção de substância no leite materno e os riscos de intoxicação para a criança.

De acordo com Medeiros, a suspensão do uso de medicamentos durante o período de gestação deve permanecer após o parto e durante a amamentação, quando possível. “Eventuais medicamentos podem ser secretados através do leite e gerar problemas ao recém-nascido”, explica. Eliane complementa ao destacar que substâncias específicas e as condições clínicas das crianças, como prematuros ou neonatos, são agravantes e fatores que aumentam as chances de intoxicação pela criança. “É necessário um acompanhamento por um pediatra para que se evitem efeitos adversos e danos à saúde do bebê”, destaca.

Os especialistas ainda explicam que cada caso deve ser individualizado e acompanhado por um profissional médico. Eliana destaca que 90% das mães em período de pós-parto já utilizam ao menos um medicamento, principalmente quando o medicamente é necessário neste período. “Não dá para falar que, por ser perigoso, não se pode usar, isso precisa ser avaliado e acompanhado por médico. Eventualmente, alguns medicamentos são potencialmente mais nocivos e o que indica isso é uma classificação de quais substâncias precisam ser manipuladas com maior cautela”, explica.

Medeiros diz que os medicamentos podem ser classificados entre os que são cientificamente comprovados como não nocivos, chamados de compatíveis, e os que não se tem comprovação, mas que a ocorrência de efeitos são mínimas, chamados de provavelmente compatíveis. Outra classificação é entre os medicamentos que podem gerar maiores riscos ao lactente e para a produção láctea. “São os chamados possivelmente perigosos e os perigosos, em que as chances são significativas na ocorrência de intoxicação”, diz. Ele ainda explica que alguns dos principais problemas acontecem durante o processo de prescrição dos medicamentos e na própria bula do medicamento, que muitas vezes é contraditória com a classificação das substâncias.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.