Equipamentos condicionadores de ar têm baixa eficiência energética

Desperdício no consumo poderia ser evitado com a compra de aparelhos mais eficientes, diz engenheiro

 05/06/2018 - Publicado há 6 anos

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O Brasil, como foi imortalizado por Jorge Ben Jor, é um país tropical, bonito por natureza, mas outra característica natural do País, associada à sua tropicalidade, é sua alta média de temperaturas. Esse clima, somado ao maior poder de compra dos brasileiros, influencia diretamente no aumento das compras de equipamentos condicionadores de ar. O problema nesse alto consumo está na baixa eficiência energética dos produtos, que geram desperdícios e gastos que poderiam ser poupados com produtos de maior qualidade.

Energia consumida é transformada em refrigeração – Foto: Tiia Monto via Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

Márcio Rodrigo Ribeiro, engenheiro e gerente do Laboratório de Análise e Desempenho Energético em Edificações do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, desenvolveu estudo sobre como o aumento na eficiência energética de equipamentos condicionadores de ar pode contribuir com a redução da geração de gases de efeito estufa. Ele explica que os níveis de eficiência energética no Brasil são muito baixos, mesmo quando comparados a outros países em desenvolvimento, como China e Índia ー o nível mais alto encontrado no País, o Aé de 3,23 watt por watt (W/W); já nos países asiáticos citados, chega a 4 W/W; na Europa é de 6 W/W. A medição indica quanto da energia consumida é transformada em refrigeração. Esses países, que têm eficiência mais elevada, exportam peças de menor qualidade para o Brasil, que acarretam em produtos menos eficientes e com consequente maior consumo energético.

Segundo Ribeiro, a melhora vem através do estabelecimento de metas, como a portaria discutida em dezembro de 2017, para entrar em vigor entre 2018 e 2019, que prevê duas etapas a partir da assinatura da portaria: na primeira, propõe-se o corte do nível D de eficiência em 18 meses; na segunda, o corte do nível C, em 24 meses. Dessa forma, em dois anos da assinatura da portaria, existiriam apenas os níveis A e B de eficiência energética, mas Ribeiro alerta que apenas isso não é o ideal ー deve-se aumentar a eficiência do nível A. O engenheiro conta ainda que um estudo do Instituto de Defesa do Consumidor estima que, sem a entrada efetiva dessa portaria, há um gasto de R$ 74 milhões  mensais em energia pagos pelo consumidor.

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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